Júlia Toledo, de 13 anos, conquistou o 1º lugar em festival, realizado de forma remota por causa da pandemia.
A apresentação de samba da bailarina Júlia Toledo, de Bauru (SP), não teve a vibração e o calor humano da plateia desta vez por causa da pandemia de coronavírus. Mesmo assim, a emoção do espetáculo virtual foi garantida pela conquista do 1º lugar no Concurso Mundial de Dança CIAD.
De acordo com Tobias Terceiro, professor de Júlia, alunos das melhores escolas da Argentina, Bolívia, Chile, Brasil, Equador, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai participaram da competição, que tem como foco danças árabes e étnicas.
A jovem de 13 anos começou a dançar ballet aos cinco anos, mas foi somente no ano passado que descobriu a paixão pelo samba. Segundo o professor, a menina sempre teve uma participação de destaque nas apresentações e é bastante dedicada.
“É muito gratificante, porque primeiro que ela é uma pré-adolescente interessada em samba, que é cultura nacional, o que é raro de se ver, e também porque ela participa de todas as apresentações e é muito responsável”, comenta Tobias.
O professor contou que Júlia começou na escola dele através de um projeto de passistas, no seu bloco carnavalesco de vertente filantrópica. Segundo Tobias, ela desfilou em dois anos de carnaval e eles começaram a preparar um solo para que Júlia participasse de competições.
“Nós começamos em janeiro, mas, em virtude da pandemia, ficamos sem ter onde se apresentar, porque os festivais foram cancelados. A partir de julho, eles voltaram a entrar em contato informando as datas, mas em formato virtual”, explica o professor.
Dança na pandemia
Durante a quarentena, Júlia continuou os treinos da coreografia de samba no pé em casa através de aulas a distância. Após quatro meses, ela e o professor retomaram os ensaios com o uso de máscara e outras medidas de segurança.
Para participar da competição, Júlia e Tobias improvisaram um estúdio de gravação na escola de dança em Bauru e filmaram o solo da jovem. O vídeo foi enviado ao concurso internacional e analisado pelos jurados.
“É completamente diferente, porque, para quem é artista, perde o calor humano. Você tem o apoio das pessoas te assistindo, a vibração. A maioria das competições é em cidades diferentes, então tem todo esse espírito, mas não deixou de ter importância botar à prova a dedicação desses participantes”, opina o professor.
O resultado tão esperado veio no último dia 20. Júlia conquistou o 1º lugar na categoria de solo juvenil e modalidade cultura pop. Com a mesma coreografia, a jovem também garantiu dois prêmios de 3º lugar em outras competições regionais.
“Eu nunca tinha participado de nenhum festival, mas vieram três de uma vez só e eu fiquei desesperada. Por mais que eu treinasse, achava que não ia conseguir e, quando veio a notícia, eu fiquei sem reação”, conta Júlia.
FONTE: G1