Menina havia ido à escola pela manhã no norte de Paris, mas não voltou para casa.
O assassinato de uma estudante de 12 anos, cujo corpo foi encontrado na última sexta-feira (14/10) em uma caixa nas proximidades de seu prédio em Paris, chocou a França.
A menina, chamada Lola, havia ido à escola pela manhã, mas não voltou para casa. O colégio fica atrás do edifício.
A estudante do Ensino Médio, com cabelos loiros na altura dos ombros, usava jeans brancos rasgados, um moletom branco, uma jaqueta sem mangas e tênis brancos.
Preocupado, seu pai alertou as autoridades, que passaram a buscar o paradeiro da adolescente.
No final da noite, uma caixa de plástico transparente contendo seu corpo foi encontrada no térreo de seu prédio no norte de Paris.
O pai de Lola trabalha como porteiro no bloco residencial. O corpo dela foi encontrado esmagado dentro da caixa, escondido por tecidos. Duas malas de mão estavam ao lado da caixa.
Suas mãos e pés estavam amarrados e ela tinha um corte no pescoço, embora a autópsia realizada neste fim de semana revelou que Lola havia morrido por asfixia. Dois post-its também estavam colocados em seus pés: em um, lia-se “0” e no outro, “1”.
No início do sábado, a polícia prendeu a principal suspeita do assassinato — uma mulher de 24 anos, nascida na Argélia, identificada pela imprensa francesa como Dahbia B.
A mulher foi identificada em um vídeo de segurança do prédio, no qual é vista entrando pela porta principal na tarde de sexta-feira na companhia de Lola.
Mais tarde, ela foi vista saindo do prédio puxando um contêiner e depois agindo de forma estranha na rua. Uma testemunha disse que viu a mulher oferecendo dinheiro para quem a ajudasse em um “caso de tráfico de órgãos”.
No entanto, a polícia disse não acreditar que isso seja verdade. A teoria mais plausível é que Dahbia B, que não tem endereço fixo, é psicologicamente instável e que ela agiu de forma “gratuita”.
Um homem de 43 anos também está sob custódia. Segundo a polícia, ele teria transportado Dahbia B e o contêiner em seu carro. Investigadores acreditam que, tendo sido conduzida por ele pelos subúrbios de Paris, Dahbia B voltou ao prédio — onde sua irmã também mora.
Lá, as duas irmãs teriam tido uma briga barulhenta, antes de Dahbia B partir novamente — desta vez sem o contêiner. Ela passou a noite em um apartamento no subúrbio de Bois-Colombes, onde foi detida no dia seguinte.
A polícia iniciou uma investigação por assassinato de menor de 15 anos acompanhado de atos de tortura e barbárie. Acredita-se que Dahbia B será colocada sob investigação judicial e mantida sob custódia.
Na escola de Lola, crianças e pais estavam visivelmente abalados na manhã de segunda-feira (17/10). A escola recebeu visitas do ministro da Educação, Pap Ndiaye, e da prefeita de Paris, Anne Hidalgo. Equipes de apoio psicológico foram enviadas para confortar os alunos.
“Minha filha chorou o fim de semana inteiro. Ela não conseguiu dormir”, disse Gasmi, pai de dois filhos, ao jornal francês Le Parisien. “Não podemos confiar em ninguém agora em nosso bairro. Tenho muito medo pelos meus filhos.”
“Isso me deixou muito mal”, disse uma mulher local ao jornal. “Esta manhã eu segui meu filho no caminho para a escola, apenas alguns metros atrás dele. Só por segurança.
“Vou levá-lo para a escola de agora em diante e vou buscá-lo também. Se ele terminar às quatro e meia, saio do trabalho às quatro.”
A primeira-dama da França, Brigitte Macron, descreveu o assassinato como uma “tragédia absolutamente abominável e intolerável”.
Fonte: BBC