O procedimento oferece uma recuperação mais rápida para o cão e possui um menor custo
RESUMO
- A castração química é um processo mais rápido e barato que a esterilização cirúrgica, e é indicada para cães acima de 2 meses de vida
- Esse processo é permitido apenas para o uso em cães machos, servindo como alternativa ao meio tradicional
- Embora seja um processo seguro, apresenta riscos, caso não seja aplicado corretamente pode comprometer outras partes do corpo do animal ou não surtir o efeito esperado
A superpopulação é um problema que atinge muitos animais de diversos lugares do mundo, cães e gatos em situação de rua que se reproduzem e aumentam drasticamente esse número anualmente. É de conhecimento popular que o meio mais eficaz para o controle de animais é a castração por meio da esterilização cirúrgica. Contudo, esse processo ainda é relativamente caro e complexo.
A cirurgia pode não ser indicada para alguns animais, por questões médicas, idade ou mesmo medo do tutor. Embora ainda seja um assunto pouco difundido, a castração química surge como uma alternativa para situações em que a cirurgia não possa ser executada – em alguns países, como a Romênia, por exemplo, a castração cirúrgica não é aceita culturalmente.
Outro fato a ser ressaltado é que, por ser uma forma muito mais barata que a esterilização cirúrgica, a castração química pode auxiliar muito em trabalhos de ONGs de proteção animal, que visam ajudar na diminuição da proliferação de animais abandonados.
Como funciona a castração química para animais domésticos no Brasil
Conforme explica a médica veterinária Anne Pierre Helzel, do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), no Brasil, o medicamento licenciado para a castração química é indicado apenas para cães machos, sendo o uso em gatos (machos ou fêmeas) não autorizado no país.
Aplicações hormonais

A regulação hormonal de fertilidade em animais se inicia com um hormônio sintetizado no cérebro chamado hormônio liberador de gonadotrofinas (GnHR). Este é responsável por controlar a liberação de gonadotrofinas e do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH).
O uso de progestágenos mimetiza a ação do hormônio progesterona que ocorre naturalmente durante a gestação das fêmeas de modo geral.
“Uma quantidade aumentada de progestágenos inibe a produção de outros hormônios responsáveis pelo desenvolvimento do folículo ovariano e consequentemente da ovulação e concepção, semelhante à sinalização apresentada por um feto à mãe a fim de inibir a ocorrência de estro durante a gestação ou lactante”, explica a veterinária.
Embora sejam mais conhecidos como um “hormônio feminino”, a progesterona também está presente em machos, mas em um nível bem menor. A progesterona contribui para a formação de esperma, processo chamado de espermiogênese.
A castração química não tira o apetite sexual do animal, apenas o deixará incapaz de se reproduzir.
Aplicação de Imunocontraceptivo
Alguns anticorpos desempenham um papel importante para a reprodução, antígenos que causam a liberação desses anticorpos podem ser usados para causar a infertilidade em cachorros.
“São utilizados antígenos que compõem hormônios e outras estruturas ligadas à concepção para a formulação de vacinas que sensibilizam o sistema imune a estes fatores responsáveis pelo andamento do ciclo reprodutivo dos animais”, explica a veterinária.
São mais comuns o uso desse “hormônio do crescimento”, a parte externa do óvulo, conhecido como zona pelúcida. ,
Fonte: iG