“…estamos nos transformando em grupos distintos de interesses e de crenças, separados por nossas verdades…”
A história da humanidade foi dividida em períodos para facilitar a compreensão da evolução, o que obrigou historiadores a considerar três épocas distintas apenas para a chamada pré-história: o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais. O Paleolítico é dos primórdios, conhecido como Idade da Pedra Lascada, enquanto o Neolítico apresenta uma evolução, com a Idade da Pedra Polida, seguida da Idade dos Metais, período em que os humanos passaram a conhecer e a trabalhar os metais, já em claro domínio da ciência da transformação, para facilitação das atividades laborais.
A Idade Média foi dividida em três períodos clássicos: a Antiguidade, a Idade Média e a Idade Moderna, com várias outras subdivisões para facilitar a compreensão dos estudiosos e das novas gerações por essa área do conhecimento. Em todas as épocas, o ser humano foi o protagonista da evolução ao transmitir de maneira fidedigna o saber até então adquirido para facilitar os estudos do futuro, o que firmou a dom da comunicação como essencial para o desenvolvimento humano, material e científico a que chegamos, na chamada modernidade, ou Idade da Tecnologia.
Entretanto, a mesma tecnologia iniciada com o manuseio das pedras como ferramentas, e que chegou ao ápice com a chamada Inteligência Artificial, passou de conhecimento dominado para tecnologia dominadora, que supera em muito o saber da maioria dos humanos.
A modernidade trouxe a era da pós-verdade, que transforma conhecimento em ilusões e delírios pelo excesso de informação que permite até mesmo a escolha da verdade a acreditar e a seguir. A pós-verdade foi identificada como “circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos influentes na formação da opinião pública do que os apelos à emoção e às crenças pessoais”, tornando o ser humano escravo de seus desejos, crenças, vaidades e ideologias.
Dominados pelos algoritmos que advinham pensamentos e desejos, estamos nos transformando em grupos distintos de interesses e de crenças, separados por nossas verdades e acreditando apenas no que nos é conveniente, sem aceitar ou sequer ouvir o mínimo contraditório, que de fato traz a evolução pela crítica e a comparação. Buscando a informação apenas sobre os temas que acreditamos e refutando verdades inconvenientes para nossa ideologia, somos iludidos pelos novos formadores de opinião que apenas nos manipulam com a pós-verdade emocional.
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