Moradores do Sul e do Sudeste, desde o último sábado (17/08), têm observado a presença de fumaça no céu, uma consequência das queimadas na Amazônia e no Pantanal. Segundo o Serviço de Monitoramento Atmosférico da Europa, a fumaça se espalhou para pelo menos dez estados, com maior impacto no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, além de chegar ao Rio de Janeiro e São Paulo. O fenômeno foi facilitado pela atual onda de calor e pode persistir até a chegada de uma frente fria, prevista para sexta-feira (23/08).
O tabuleiro de ar atmosférico tem transportado a fuligem das queimadas, principalmente das margens das rodovias BR-230 e BR-163 na Amazônia, e em focos concentrados no Pantanal. Henrique Bernini, pesquisador de sensoriamento remoto, afirma que atualmente há mais de 200 eventos de fogo em cada uma dessas áreas. A fumaça também está afetando cidades distantes da origem dos incêndios, como o Rio de Janeiro e São Paulo, com o monóxido de carbono e o dióxido de nitrogênio da fumaça representando um risco para a saúde, especialmente para idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios.
Humberto Barbosa, meteorologista e coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), explica que o mesmo corredor de ar que transporta a umidade da Amazônia, conhecido como “rios voadores”, está agora transportando a fumaça. Essa massa de ar seco tem reduzido a visibilidade em cidades como Porto Alegre e em Santa Catarina, e deverá se dissipar com a chegada da frente fria no final da semana.
Fonte: DCM