Choro de bebê ajuda moradores a resgatarem família soterrada em morro de Guarujá

O choro de uma bebê de três meses, que estava sob os escombros após o deslizamento no morro da Barreira do João Guarda, na terça-feira (03/02), salvou a vida dela e de seus pais. Ao ouvirem a criança, moradores conseguiram localizá-los e fazer o resgate em Guarujá, no litoral de São Paulo. Apesar do esforço da população, não foi possível salvar dois dos integrantes da família, Aliffer Adailton Granero da Silva, de 6 anos e Allana Granero de Oliveira, de 3.

 

A desempregada Fabiana Granero, de 42 anos, é avó das duas vítimas. Ela mora no morro em que a família ficou soterrada, porém, segundo relata, o local em que vive não foi atingido pelos deslizamentos. Moravam na mesma residência, que era dividida em duas partes, os dois filhos mais velhos de Fabiana. A filha tinha três filhos, apenas a bebê sobreviveu. Já o filho havia ido dormir na casa da mãe no dia do temporal, então não foi atingido pelos deslizamentos.

 

“Eles perderam tudo, móveis, roupas. Mas o mais dolorido são as vidas que se perdem, nada paga isso. Minha filha e o marido só foram socorridos a tempo porque a bebê chorou e as pessoas conseguiram localizar onde eles estavam pelo choro da menina. Eles estavam cobertos de tantos escombros que foi mais de uma hora para a comunidade conseguir tirar eles de lá, mesmo assim os três sobreviveram”, conta.

 

O Aliffer e a Allana estavam mais abaixo dos escombros e a população não conseguiu retirá-los a tempo. O corpo das duas crianças só foi retirado quando os bombeiros chegaram ao morro e os localizaram. O ex-marido de Fabiana, Samuel Alves dos Santos, de 32 anos, também foi encontrado morto. Ele deixa dois filhos, um menino de três anos e uma menina, de cinco.

 

As três vítimas sobreviventes foram encaminhadas ao hospital, mas já foram liberadas. Já o sepultamento de Allana e Aliffer ocorreu nesta quarta-feira (4). “Minha filha está abalada, é um sentimento que não da para explicar. Todos choraram muito. O mais difícil é só sermos enxergados pelo poder público em momentos de tragédia. Os moradores do morro precisam de estrutura. Ninguém mora no morro porque gosta, mora porque não tem condições de estar em um lugar melhor”, desabafa.

 

Segundo relata a desempregada, a família precisa da doação de móveis e utensílios para a bebê, como fralda, leite, roupas e sabonete. Todos estão vivendo após os deslizamentos na casa de Fabiana. “É pequena, mas é o que temos agora. Eu to tentando me manter bem para cuidar dos meus filhos”, diz.

 

“Até agora não tivemos apoio e nunca tinham nos orientado do risco. Há uns meses atrás abriu um buraco enorme no meio da rua e eles foram lá, examinaram e tamparam o buraco, só isso. O problema é que esperam o pior acontecer para tomarem uma atitude”, finaliza.

 

DESLIZAMENTOS

O número de mortos nos deslizamentos da Baixada Santista subiu para 27 nesta quinta-feira (05/03) – 22 pessoas ainda continuavam desaparecidas nas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente até a última atualização desta reportagem.

 

A tempestade causou alagamentos em vias públicas, afetou serviços (transporte, educação, fornecimento de água, energia elétrica e telefonia) e fez rodovias serem bloqueadas.

 

DESABRIGADOS E DESALOJADOS

De acordo com a Defesa Civil do Estado, até o começo da manhã desta quarta-feira, havia 155 desabrigados em Guarujá, seis em São Vicente e 37 em Santos.Também há 11 desalojados em São Vicente. Em Peruíbe, 65 pessoas deixaram temporariamente suas casas e foram recebidas no Centro Comunitário do Caraminguava.

 

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), foi até Santos após o temporal e anunciou que o programa aluguel social será disponibilizado para as pessoas desalojadas após o temporal que atingiu a região da Baixada Santista.

 

A Defesa Civil do Estado e o Fundo Social de São Paulo coordenam a remessa de 4,6 toneladas de materiais para vítimas nas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente.

 

DOAÇÕES

As cidades da Baixada Santista estão recebendo doações para as famílias que foram prejudicadas pelo forte temporal. há uma necessidade maior de doações de colchões, travesseiros e roupa de cama para as vítimas do temporal. Também são necessários itens como roupas de banho, alimentos em geral, água e produtos de higiene pessoal.

 

Há postos de coleta em Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá. Confira os postos aqui.

 

CHUVAS NO SUDESTE

A ausência de variações de temperatura no Oceano Atlântico e o aquecimento global explicam as fortes chuvas que atingiram a região sudeste do Brasil no mês de fevereiro, segundo especialistas consultados pelo G1.

 

Já o começo de março as chuvas também seguem castigando a região. Quatro pessoas morreram no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo nesta segunda-feira.

Fonte: G1

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