Cidade de Palmital comemora 137 anos fundação nesta sexta-feira, 20 de janeiro

A história da fundação da cidade de Palmital, que completa 137 anos nesta sexta-feira, 20 de janeiro, se confunde com o desbravamento do sertão do Paranapanema, feito pelos pioneiros no final do século XIX. A chamada Frente Pioneira foi utilizada para acelerar a ocupação sobre áreas indígenas, picadões e estradas, que facilitavam o escoamento de produtos do Vale do Paranapanema para a Vila de Botucatu.

O processo de desenvolvimento foi iniciado em 1886, quando João Batista de Oliveira Aranha, vindo de São Manoel instalou-se na Água dos Aranhas, a cerca de quatro quilômetros da cidade atual e passou a divulgar a fertilidade do solo, atraindo várias outras famílias que deram início ao desbravamento da região. Logo foi construído o primeiro armazém e aberto o primeiro hotel, surgindo ao redor destas construções um pequeno povoado que recebeu o nome de “Palmital”, devido a grande quantidade de palmeiras existentes naquele tempo.

As terras ao redor do povoado pertenciam a Francisco Severino da Costa, que decidiu dividi-las em lotes proporcionando um rápido desenvolvimento. Uma capela foi construída em homenagem a São Sebastião e várias casas comerciais foram instaladas para abastecer aos agricultores que vinham atraídos pelo alto potencial de produção das terras localizadas no médio Vale Paranapanema.

Por volta de 1913, os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana alcançaram Palmital e criaram um posto ferroviário que posteriormente foi transformado em um complexo com estação e barracões. Como sede de município autônomo a partir de 1920, Palmital se tornou importante centro comercial, com aspecto de cidade pioneira numa região essencialmente agrícola. Na década de 20, tinha produção cafeeira muito maior do que Assis.

Em 1942, a produção sofreu uma queda em decorrência do desgaste do solo e com as fortes geadas que causaram grandes prejuízos aos agricultores e comerciantes. A perda dos cafezais levou os agricultores a iniciarem a migração para outras culturas como mamona, milho, arroz, cana-de-açúcar e feijão. Apesar disso, até 1968 o café foi a base econômica do município, que passou por processo de mecanização da agricultura para o plantio da soja, milho e trigo.

Paralelamente, foram instalados alambiques que tornaram Palmital um dos principais fabricantes de aguardente de cana, incentivando a instalação de pequenas indústrias de móveis e de derivados da mandioca. Atualmente, a produção agrícola é predominantemente dividida entre duas culturas: a soja, nos meses de verão, e o milho, no inverno. Também há a presença de lavouras de cana-de-açúcar e de mandioca, que alimentam a agroindústria local.

FAZENDA – Vindo de Botucatu, abrindo estradas e picadas nas matas nativas, José Theodoro de Souza, junto com Francisco de Paula Moraes e João da Silva Oliveira, demarcaram a Fazenda Taquaral, com mais de 760 mil alqueires, localizada desde o rio Novo até as margens do rio Paraná e Paranapanema até o rio do Peixe. Em 30 de maio de 1856, a posse foi registrada na Vigararia de Botucatu.

Depois da morte de José Theodoro, em 24 de julho de 1857, as terras começaram a ser tomadas por posseiros que, a partir de 1886, começaram a demarcar lotes e iniciar as plantações de café. Entre 1909 e 1911, os pioneiros passaram a receber do governo do Estado os títulos de propriedade das áreas ocupadas.

Em 19 de abril de 1921, Aristides Álvares da Cruz, herdeiro de Porfírio Álvares da Cruz, entrou com uma Ação Reivindicatória contra o Estado e os possuidores de terras da época, reclamando os direitos sobre a propriedade “Fazenda Palmital”, que foi adquirida por seu pai. Foram citados na ação 332 nomes de proprietários de terras dentro da área reclamada.

Após passar de geração para geração, a batalha judicial foi solucionada pela Execução de Sentença expedida no dia 29 de outubro de 1981, pelo então juiz de direito da Comarca de Palmital, Jayme Gomes Franco, que condenou o governo a indenizar os herdeiros dos bens que ficaram de Sylas de Camargo Schreiner e Dr. Leonel Braga. O valor da indenização milionária ainda continua sendo pago pelo governo.

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