Cientistas Pedem à Alemanha a devolução de fóssil de dinossauro contrabandeado do Brasil

Um grupo de investigadores brasileiros e europeus assinou uma carta conjunta nesta sexta-feira (28), atendimento pela restituição do fóssil do dinossauro Irritator challengeri, que atualmente está na Alemanha após ter sido contrabandeado do Brasil.

O fóssil é considerado o crânio mais completo e preservado de sua espécie e foi tema de um artigo científico publicado em maio por pesquisadores alemães e franceses. No entanto, a origem do fóssil foi questionada, já que foi comprada pelo Museu Estadual de História Natural de Stuttgart de um comerciante de fósseis em 1991, sem autorização para exportação.

No estudo deste ano, os investigadores europeus reconheceram o “status possivelmente problemático” do fóssil, o que gerou revolta na comunidade científica brasileira. O caso levou ao envio de uma carta ao Ministério da Ciência, Pesquisa e Arte do Estado de Baden-Württemberg, responsável pelo museu onde o fóssil está atualmente.

O artigo científico sobre o Irritator chegou a ser suspenso temporariamente pela revista científica Paleo Electronica devido aos questionamentos sobre sua legalidade.

Imagem digital de como seria o dinossauro anfíbio Irritator challengeri — Foto: Reprodução/Olof Moleman

O contrabando de fósseis é uma questão global que afeta a região da Bacia do Araripe, no Brasil, conhecida por sua riqueza em fósseis. A região tem sido alvo de tráfico ilegal dessas peças valiosas, o que levou a uma série de ações de repatriação por parte de diversos países.

No caso do Brasil, há exemplos bem-sucedidos de devolução de fósseis, incluindo o do Ubirajara jubatus, também contrabandeado para a Alemanha e posteriormente repatriado.

A carta conjunta pede não apenas a devolução do fóssil, mas também considera as éticas das coleções públicas alemãs que possuem fósseis do Brasil. A comunidade científica destaca a importância de proteger o patrimônio paleontológico brasileiro e promover a descentralização da produção global de conhecimento.

O pedido de restituição do Irritator challengeri faz parte de um movimento maior em busca do retorno de bens culturais, científicos e artísticos aos seus países de origem, marcando um avanço significativo na proteção do patrimônio paleontológico do Brasil.

Fonte: G1

Compartilhe
Facebook
WhatsApp
X
Email

destaques da edição impressa

colunistas

Cláudio Pissolito

Don`t copy text!

Entrar

Cadastrar

Redefinir senha

Digite o seu nome de usuário ou endereço de e-mail, você receberá um link para criar uma nova senha por e-mail.