Com longo histórico de luta e superação nas mais diversas sociedade em todos os tempos, a mulher tem seu empenho coroado de inúmeras conquistas, provando a importância do protagonismo feminino na família, na sociedades, na política e nos negócios. Mais recentemente, elas passaram a empreendedoras, dirigentes, líderes empresariais e donas de seus próprios negócios dos mais diferentes setores.
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado neste sábado, a consultora e colaboradora do JC Mariana Mascari Stanchevicz concedeu entrevista em que fala sobre as conquistas e questões sobre empreendedorismo feminino, sua especialidade. Ela é CEO da Tagaté – Assessoria Virtual – e faz consultoria e oferece mentoria nas áreas de negócios para profissionais e empresas. Confira:
JC – Considerando uma análise histórica do papel feminino na sociedade, quais as principais conquistas das mulheres até o momento?
Mariana – O voto sem dúvida é uma das nossas maiores conquistas. E não só o direito ao voto, mas o direito de ser votada, de termos mulheres na política. Esse é um marco histórico muito importante, seguido pelo fato de termos conseguido acesso à educação para além do ensino fundamental, assim como todo o avanço que pudemos e estamos produzindo.
JC – Como está a condição feminina na família, na sociedade, no trabalho e na política?
Mariana – Estamos caminhando a olhos vistos, fazendo história cada dia. A inserção das mulheres no mercado de trabalho, mesmo com as controversas de diferenças salariais, nos ajuda a termos nossa independência e emancipação financeira. Hoje, 49,1% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres. Em estados como Pernambuco, Rio de Janeiro e Maranhão, as mulheres chefiam mais de 52% dos lares. Na política, vemos cada vez mais mulheres sendo eleitas, desde presidentes de associações, vereadoras, a cargos de alto escalão, o que nos ajuda na representatividade, e na criação de leis como a Lei Maria da Penha, que é uma das mais completas do mundo, e a Lei do Feminicídio.
JC – Como o empreendedorismo contribui para a participação e o protagonismo feminino nos negócios?
Mariana – A filosofia do empreendedorismo promove não apenas o crescimento econômico, mas também a transformação social, especialmente quando falamos da emancipação feminina. Ela incentiva mulheres a serem o que quiserem ser e abre caminho para uma sociedade mais justa e dinâmica. A sociedade está em constante evolução e todo o movimento que o protagonismo feminino gera nos faz ressaltar a importância de políticas públicas e mudanças culturais para que continuemos nessa expansão.
JC – Quais as dificuldades ainda enfrentadas pelas mulheres na sociedade atual e quais as metas para que o público feminino possa atingir o merecido lugar na família, na sociedade, no trabalho e na política?
Mariana – Mesmo com tantas conquistas, as mulheres ainda enfrentam obstáculos como a desigualdade salarial. O assédio no ambiente de trabalho, a sobrecarga de tarefas domésticas e a dificuldade de acesso ao crédito para empreender. Para superar essas barreiras, é fundamental ampliar políticas de equidade salarial, fortalecer redes de apoio para mulheres empreendedoras, garantir mais proteção contra a violência de gênero e estimular a participação feminina em espaços de liderança e decisão.
JC – E, por fim, quais as dicas de ouro para que as mulheres possam superar barreiras e prosperar tanto na vida pessoal quanto nos negócios?Mariana –Façam terapia! Ela vai ajudar a equalizar a vida e todos os papéis que exercemos. Continuem estudando, pois o conhecimento liberta! Façam parte de associações, de grupos de networking, unam-se aos seus pares. E se espelhem em mulheres que fazem a diferença nos cargos que ocupam, precisamos de mais mulheres como Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza, que também lidera o Grupo Mulheres do Brasil, ou como Zica Assis, fundadora da rede Beleza Natural, especializada em produtos para cabelos crespos e cacheados, ou de mulheres como a Regina Tchelly, que é fundadora do Favela Orgânica promovendo uma mudança cultura e de consumo. Afinal de contas: lugar de mulher é onde ela quiser estar.