Diante do avanço do coronavírus (Covid-19) no País e no mundo, aumentam as ações de enfrentamento à doença. Nesta sexta-feira (13), Bauru anunciou mais quatro casos suspeitos e a Secretaria Municipal de Saúde decretou estado de alerta, com um plano de contingência.
Entre as medidas adotadas, o município informa que, a partir deste sábado (14), pacientes suspeitos terão prioridade e passarão por pré-triagem nas UPAs, seguindo fluxo específico e mais rápido de atendimento. Embora a totalidade dos atendimentos das suspeitas tenha sido atendida em rede particular, medidas preventivas da rede municipal são essenciais para que a cidade esteja preparada para enfrentar o vírus, que tem se espalhado com rapidez.
“Que Deus permita que ele (coronavírus) não chegue, mas, se vier, estaremos preparados. Esperamos que não seja como aconteceu com a dengue, mas, se for, já estaremos a um passo a frente”, disse o secretário municipal de Saúde interino, Sérgio Henrique Antônio, em entrevista coletiva ontem. “Os diretores da Rede de Urgência e Emergência já estão em alerta com a possibilidade de epidemia”, completou.
Coletiva de imprensa informou sobre as medidas adotadas na cidade para enfrentamento de provável aumento de casos
Está prevista para os próximos dias, em Bauru, a chegada de 16 médicos, que serão contratados temporariamente via governo Federal, para reforçar o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que serão as portas de entrada para pacientes com suspeitas durante dias de semana, assim como as UPAs, aos finais de semana e demais horários.
PRIORITÁRIO
Nessas unidades e também no Pronto-Socorro, haverá pré-triagem com um técnico de enfermagem. Ele analisará, ainda na recepção, se o paciente apresenta febre e sintomas respiratórios da doença (tosse, coriza e falta de ar). Se confirmado, o doente recebe máscara “e segue fluxo prioritário de atendimento, diferente dos demais pacientes. Até pedimos paciência para a população”, acrescenta Raphael Giabardo, diretor das UPAs.
Os casos graves na rede municipal serão encaminhados pelo Samu para as UPAs do Geisel, Bela Vista e Ipiranga, que são unidades de referências.
SINTOMAS
Também presentes na coletiva, o prefeito Clodoaldo Gazzetta e o diretor da Vigilância Epidemiológica, Ezequiel Santos, ressaltaram que o protocolo para casos suspeitos ainda considera que os pacientes precisam ter viajado para fora do país ou ter tido contato com as pessoas que viajaram. “Não adianta a pessoa ter apenas os sintomas. Esse ainda é o protocolo para que seja enquadrada como prioridade, conforme o Ministério de Saúde”, diz Gazzetta.
“Se o paciente não atende a essa definição, será atendido com quadro de síndrome gripal. Ainda não é considerado suspeito todo mundo que tem sintomas e tenha viajado para São Paulo, que teve caso local”, reforça Ezequiel.
SEM VAGAS DE UTI
Sérgio Henrique Antônio confirmou que Bauru não possui, no momento, leitos de UTI vagos, mas considerou que, se a cidade precisar atender casos de insuficiência respiratória aguda da doença, cirurgias poderão ser canceladas em hospitais públicos. “Estamos em comunicação direta com hospitais, porque, dependendo da situação, usaremos as salas dos centros cirúrgicos como UTIs até que a vaga saia. São locais que possuem respiradores, necessários para atendimento nesses casos”, explica Sérgio.
A cidade possui apenas dois tomógrafos, aparelhos necessários para os diagnósticos.
Em tempo: o decreto que colocou Bauru em alerta não permite compras emergenciais.
FONTE: JCNET