Uma situação inusitada e delicada está sendo investigada pela Justiça de Marília. A moradora Patrícia Eduarda da Silva acionou o Poder Judiciário após descobrir que o túmulo onde acreditava estar enterrado seu pai, falecido em 2018, não apenas havia sido reformado e identificado com outro nome, como também não continha os restos mortais esperados.
A denúncia recai sobre o Cemitério de Padre Nóbrega, no distrito homônimo da zona norte de Marília. Segundo Patrícia, desde a morte do pai, ela cuidava do túmulo nº 45 da quadra 31, local que sempre acreditou ser o sepultamento correto. No entanto, em visita realizada no Dia de Finados de 2024, deparou-se com a sepultura reformada e nomeada com dados de outra pessoa.
Buscando esclarecimentos com a administração do cemitério, a família recebeu documentos contraditórios, que indicavam diversas possíveis localizações para o corpo – incluindo sepulturas e quadras inexistentes ou com numeração desconexa. Diante da confusão e da ausência de registros confiáveis, Patrícia acionou a Vara da Fazenda Pública de Marília, que deferiu, no último dia 2 de julho, o pedido de tutela de urgência para exumação de dois túmulos: os de número 44 e 59 da mesma quadra.
A decisão do juiz Walmir Idalencio dos Santos Cruz destacou a plausibilidade da alegação de que os restos mortais do pai de Patrícia podem estar em uma dessas sepulturas. A exumação foi autorizada para o dia 3 de julho de 2025, às 9h, com acompanhamento de servidor responsável e possível identificação por perito.
Contudo, segundo mensagens recebidas pela redação, o corpo não foi localizado nos túmulos exumados, o que agrava ainda mais o cenário e pode configurar um caso de violação de sepultura, erro administrativo ou até extravio de restos mortais, algo raríssimo e gravíssimo em cemitérios públicos.
Fonte: Marília Urgente