Criado por pesquisadores da Unesp, ‘robô mergulhador’ auxilia na segurança de hidrelétrica no interior de SP

“ROV” permite a observação remota do fundo do rio Tietê e estruturas submarinas para investigação, análise e acompanhamento de anomalias em estruturas submersas em Barra Bonita (SP).

Um “robô mergulhador” foi desenvolvido por professores e alunos da Unesp de Bauru (SP) e está auxiliando na segurança da barragem da usina hidrelétrica de Barra Bonita (SP).

O desenvolvimento do projeto é uma parceria entre a AES Brasil, concessionária que administra as barragens da região, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, com o objetivo de criar um veículo subaquático, controlado remotamente.

O “ROV” (Remotely Operated Vehicle) permite a observação remota do fundo do rio Tietê e estruturas submarinas para investigação, análise e acompanhamento de anomalias em diversos tipos de estruturas submersas.

“Ele realiza uma inspeção rotineira, onde é possível avaliar o comportamento das estruturas, das tomadas d’água, as grades de todas as estruturas submersas, de forma preventiva”, explica Wagner Pernias, gerente de meio ambiente e infraestrutura da AES Brasil.

O equipamento, em funcionamento desde 2017, pode chegar a 100 metros de profundidade, trabalha com sonares, câmera de alta definição e consegue ficar o dia todo submerso.

Anteriormente, as inspeções eram realizadas por meio de mergulhadores que, além de só conseguirem chegar até 30 metros de profundidade, era preciso a parada das turbinas para a execução do trabalho.

“Ele (ROV) consegue ter uma visão ampla de toda a estrutura. Já os mergulhadores, precisávamos fazer as paradas das unidades geradoras para possibilitar a condição de segurança e, mesmo assim, a visibilidade era bem limitada”, comenta o Wagner Pernias.

O protótipo do robô possui um sistema com duas câmeras. Uma delas, equivalente ao olho do operador, exibe os obstáculos no caminho do robô. A segunda, com sinal de vídeo colorido, capta as imagens a serem analisadas.

O robô é controlado a partir de um joystick, de um controle de câmera e de um monitor de vídeo, que registra também a profundidade do veículo, a direção e posição geográfica (latitude e longitude).

Controle remoto de robô mergulhador vem auxiliando funcionários de hidrelétrica de Barra Bonita — Foto: TV TEM/Reprodução

Para o projeto, todos os circuitos eletrônicos, software de processamento e modelagem computacional foram desenvolvidos com tecnologia nacional.

De acordo com Rogério Tomazzela, um dos pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do equipamento, o produto final representa uma solução viável economicamente para uso em outras usinas hidrelétricas do país, além de gerar oportunidades para jovens.

“O nosso projeto foi feito através de uma equipe multidisciplinar, de programação, de inteligência artificial. Não tivemos só mestre e doutores, mas também alunos de graduação. E esses alunos acabaram tendo esse primeiro contato já na universidade, sendo importante para o desenvolvimento deles e de tecnologia brasileira”, comenta.

Fonte: G1