“…a Justiça quase nunca é aplicada em poderosos, sob pena de desqualificação da instituição…”
Historiadores realistas descrevem muito bem que, nos raros períodos de governos democráticos havidos em nossa pátria-mãe, nunca faltou o benefício da ditadura do Estado que privilegia as minorias de poderosos e oprime as minorias de pobres e operários.
Para manter vantagens e garantir amparo permanente às elites econômica, social e política, criou-se um arcabouço de regras oficiais e tácitas que impregnam a cultura da grande parte onerada da população que tem como dever pagar a conta e se manter na condição de aspirante à ascensão inatingível.
Neste universo da desigualdade, onde se atua pela manutenção do trabalhador desqualificado e barato, sem acesso a todos os bens de consumo e, consequentemente, à participação mais ativa na economia de mercado, é que se cria a casta de abastados conservadores inseguros e incapazes de aceitar qualquer modelo de progresso material ou cultural que represente mudança no status mantido desde sempre.
A proteção aos ricos, sempre imunes aos tribunais e, principalmente, às prisões, se contrapõe à absoluta maioria de pobres e negros perseguidos, desrespeitados e mortos injustamente diante da complacência da sociedade rendida e corrompida.
Assim como nosso verdadeiro patriota, o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, enforcado e esquartejado como exemplo da força do poder opressor, hoje também sofrem as consequências repressoras os raros brasileiros que se indignam com o sistema injusto criado e mantido desde a colonização.
Assim como no Brasil Colônia, a Justiça quase nunca é aplicada em poderosos, sob pena de desqualificação da instituição e, se necessário, do próprio juiz metido a condenar aqueles que possuem imunidade concedida pelo poder da gravata.
Os exemplos recentes, quando este período democrático mais longo que vivemos pareceu ter adquirido força suficiente para reverter a condição de submissão aos paletós, o eterno poder político e econômico passou a reagir com mais força.
As ofensas e ameaças das esquerdas ao então juiz Joaquim Barbosa, do STF, o levou a se isolar nos EUA, seguido do juiz Sérgio Moro, transformado em pária pela esquerda e pela direita, redundando no juiz Alexandre de Moraes que, a exemplo dos anteriores, decidiu aplicar a lei de forma igual a todos, sem considerar que no Brasil, de acordo com as circunstâncias, o culpado pode ser o juiz que condena e não o réu que comete o crime.
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