Debate rasteiro

Desde a campanha eleitoral à presidência da república, quando o então deputado federal Jair Bolsonaro passou a despontar como favorito, o debate político foi reduzido a questões menores. Tudo se resumiu em acusações lastreadas nos temas mais irrelevantes à sofrida população que sobrevive no atraso, na miséria, com ausência de serviços, falta de infraestrutura e, principalmente, com educação, saúde e segurança de péssima qualidade. Ainda no primeiro turno, ninguém conseguiu interpretar o anseio popular ou mostrar sintonia com as demandas populares como Bolsonaro.

Enfrentando vários candidatos conhecidos, apoiados por grandes coligações que usufruíram orçamentos milionários oriundos do vergonhoso Fundo Partidário, que garante aos políticos fazer campanhas com o pouco que resta do erário, Bolsonaro foi o único que, de forma espontânea, empolgou multidões. Representando as aspirações manifestadas em grandes passeatas em centenas de cidades, o deputado acabou fora de combate, vitimado por um atentado a faca que o feriu gravemente. Hospitalizado, foi poupado de críticas pelos adversários, mas acabou praticamente considerado culpado do próprio infortúnio por parte representativa da imprensa parcial.

Com mais apoio popular no segundo turno e sem se envolver em polêmicas depois de desafiar e desbancar o jornalismo da principal emissora de TV, foi confirmado como mito ao deixar a condição de azarão para chegar a franco favorito. Contrapondo-se ao poderio econômico e à militância aguerrida do principal adversário, chegou à presidência da república com o menor custo de campanha da história das eleições nacionais. Falando linguagem objetiva e direta e representando o sentimento da maioria, tornou-se o 38º presidente da república do Brasil.

Contudo, a vitória legítima e democrática festejada por aqueles que desejam mudanças não foi aceita pela chamada elite econômica e intelectual cortejada e largamente atendida pelos seguidos governos corruptos de esquerda, aqueles que fazem propaganda aos pobres e beneficiam os ricos formadores de opinião. Entretanto, se esqueceram que a sociedade moderna vive a nova era de democratização da comunicação que garante acesso à informação e também o protagonismo da maioria inserida em redes sociais. Aos derrotados, restou o debate rasteiro como a fala do apresentador Faustão em seu programa dominical e as patéticas aparições de jornalistas fantasiados de fantoches azuis e rosas.

“…chegou à presidência da república com o menor custo de campanha da história…”

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Cláudio Pissolito

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