Degradação da política

Os recentes fatos lamentáveis havidos nos debates entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, maior cidade do Brasil e da América do Sul e quarta maior do mundo, mostra que a política nacional atual retrata de maneira bastante fiel o país atrasado, injusto, desmoralizado e tomado pela corrupção e pelo crime que vivemos desde muito tempo.

Em nítido retrocesso nas mais diversas áreas da administração pública e das atividades produtivas privadas, incluindo as relações humanas, continuamos perdendo qualidade na educação, na segurança e nos valores que poderiam nos garantir alguma evolução como Nação. 

O retrospecto pessoal e profissional dos candidatos em São Paulo, todos com envolvimento em escândalos, crimes, atividades ilícitas ou investigados pelo uso desonesto de recursos públicos, se repete em muitas outras cidades que oferecem o mesmo e indigesto cardápio eleitoral.

Alheio ao que se passa nas campanhas e desconhecendo os candidatos que serão votados, ou abominando a todos eles e obrigados a escolher o menos pior, ou o menos rejeitado, os eleitores passam a entender a política como atividade dominada pelas pessoas do mal, como exclusividade de quem atua no crime e no banditismo.

“…os eleitores passam a entender a política como atividade dominada pelas pessoas do mal…”

Diante do panorama oferecido pelos partidos políticos, que não fazem qualquer esforço para melhorar a qualidade e a moral dos candidatos, pois estão muito mais interessados nos recursos do Fundão Eleitoral que sangra os cofres públicos e os orçamentos da educação, da saúde, da habitação e da segurança, o cidadão que trabalha e paga impostos fica cada vez mais descrente da política.

O distanciamento dos candidatos das reais necessidades do povo, que passam as campanhas prometendo milagres ou aquilo que jamais fizeram, é mostra da degradação da atividade que já não atrai os mais competentes e habilitados.

O modelo usado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2016, que o levou ao poder se utilizando de ofensas, palavrões e lacrações, está sendo replicado de forma aprimorada, com requintes de maldade e de maneira planejada, como forma de popularizar os nomes.

Entendendo que o cidadão honesto e que reprova comportamentos inadequados, se distanciam da política, os candidatos preferem agradar os muitos eleitores que se regozijam com o crime, a violência e a maledicência, oferecendo espetáculos deprimentes que hoje representam o espelho da degradação política em todos os níveis.

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Cláudio Pissolito

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