O denuncismo inconsequente e midiático praticado por vereadores de pequenas cidades, que em muitas situações sequer possuem algum conhecimento dos casos que levam ao Ministério Público ou ao Tribunal de Contas, serve mais aos interesses dos acusadores do que à população que paga impostos e sustenta eventuais desvios cometidos pelas administrações.
Junto com a irresponsabilidade de vereadores despreparados até mesmo para, em plenário, apenas ler textos produzidos por terceiros, soma-se o desejo de ganhar popularidade como defensores da justiça e das boas práticas, que muitos não praticam.
O fenômeno das redes sociais, que como bem disse o escritor italiano Umberto Eco, “deram voz a uma legião de imbecis”, que antes falavam apenas “em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”, mas que agora suas bobagens ganham o mesmo espaço, e até o mesmo peso, que a opinião de um prêmio Nobel, transformou a sociedade em opinantes desinformados ou mal intencionados.
O crescente volume de notícias falsas que circulam de forma deliberada pelo sistema eletrônico de comunicação tem o mesmo efeito e alcance que as opiniões sem lastro de pessoas incapacitadas que desfrutam a condição de “autoridades”.
“…quem fala muito costuma dar bom dia a cavalo, a cavar a própria sepultura ou simplesmente se enrolar com a própria fala…”
A falação exagerada pelas redes sociais, que se tornou quase uma obrigação diária de qualquer indivíduo eleito, mesmo que pelo acaso, a um cargo legislativo, exige muita imaginação, uma boa dose de exagero e, principalmente, falta de senso de responsabilidade ao acreditar que os demais são igualmente limitados na capacidade de entendimento dos fatos.
Portanto, e como ensina o sábio ditado, quem fala muito costuma dar bom dia a cavalo, a cavar a própria sepultura ou simplesmente se enrolar com a própria fala, para depois tentar explicar o inexplicável àqueles que não precisam de explicações.
Em Palmital, por exemplo, já tivemos vereador que denunciou a validade de uma lei que trouxe uma máquina pá-carregadeira para a cidade, cujo processo durou mais de década, que por inveja ou recalque denunciou um médico, colega de bancada que acabou absolvido, ou os casos mais recentes de acusações vazias que podem prejudicar até mesmo o comércio da cidade.
Diante dos exemplos daqueles que se dizem defensores da verdade e da justiça, que na verdade defendem apenas seus próprios interesses, é preciso que o eleitorado esteja atento para não mais cair no “conto do denunciante inútil”.
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