Ditadura pela liberdade

“…as promessas de soluções mágicas para problemas crônicos que ressuscitam o sonho de um poder ditatorial…”

Historicamente, as ditaduras se instalam em nome da liberdade do povo e se mantêm à custa da submissão, da subordinação, da obediência e até mesmo da escravidão do mesmo povo subjugado pela dominação e controle daqueles que idealizam o poder sem contestação, crítica e muito menos alternância.

Foram inúmeras as vezes que sofremos consequências de ditaduras implantadas pela conivência do povo ou pela imposição da força, todas com resultados nefastos de prisões arbitrárias e atentados contra as liberdades individuais com torturas, desaparecimentos e mortes.

Ainda que a história esteja repleta dos piores exemplos produzidos pelos longos regimes autoritários que se alternaram com curtos períodos de democracia, são a falta de memória, de acesso à informação e ao conhecimento e também as promessas de soluções mágicas para problemas crônicos que ressuscitam o sonho de um poder ditatorial capaz de mudar pela força a cultura da corrupção, da violência e do atraso e não pelo ensino, pela educação e promoção humana.

A ideia de um poder central forte e controlador, exercido em nome de Deus, da Pátria e da Família, que pratique a justiça e traga a igualdade, serve de engodo para incautos e de bandeira aos interessados em suas benesses.

Não por acaso, a pirâmide social e econômica do Brasil está cada vez mais acentuada no defeito crônico da base alargada e do topo cada vez menor, que comprova a enorme desigualdade que condena a grande maioria à pobreza, à ignorância é às piores condições de vida, para que poucos possam usufruir dos privilégios de um sistema perverso.

O chamado “mecanismo” mantido ao longo do tempo perpetua o modelo presente nas leis, nas regras e na cultura impregnada nas pessoas submissas às situações de desigualdade permanente.

E é exatamente diante da pobreza, da desigualdade, dos desmandos e da corrupção que surgem os salvadores da pátria e do povo, quase sempre em nome de Deus e de valores morais, apresentando soluções imediatas e vendendo a utopia da transformação social que não se alcança de forma drástica, mas sim com projetos de longo prazo.

Explorando o imediatismo natural que assola os que sofrem os males do sistema perverso, instala-se sistemas de poder que obriga a todos viver em condições piores que as anteriores, mas sem direito à crítica ou à manifestação da insatisfação, pois as ditaduras não garantem a liberdade que prometem.

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Cláudio Pissolito

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