Do lixo ao luxo

O lançamento do projeto de construção em Palmital de uma usina de produção de energia elétrica a partir do lixo doméstico, por iniciativa do Civap e com a parceria inicial de 15 municípios da região, prova que a tecnologia aplicada em todas as atividades pode causar grandes transformações no conceito de reaproveitamento, economia e proteção ambiental.

A partir do funcionamento da usina, a primeira implantada no Estado de São Paulo, as 15 cidades participantes passam a economizar no transporte do lixo recolhido, graças à posição geográfica privilegiada do empreendimento, a evitar o transbordo do material e, principalmente, podem aposentar de vez os lixões e aterros sanitários.

A evolução verificada na questão do recolhimento, acondicionamento e destinação do lixo urbano é bastante rápida, comprovando a tese de que basta investimento em ciência e pesquisa para que as soluções sejam encontradas, com enorme retorno financeiro e ambiental.

Em Palmital, por exemplo, até o início dos anos de 1970, a cerca de 50 anos, grande parte do lixo recolhido na cidade por carroções tracionados por animais e depois por caminhões abertos, eram despejados em terrenos públicos onde hoje é o Posto de Saúde Central.

“…a tecnologia aplicada em todas as atividades pode causar grandes transformações…”

Além desta área de despejo improvisada e sem qualquer cuidado ou tratamento, transformada em criatório de vermes, traças, insetos e ratos, que por sua vez atraiam sapos, cobras e urubus, muitos outros espaços serviam como lixões a céu aberto.

Nos anos de 1980 foi adquirida uma área afastada da cidade, às margens da estrada vicinal de acesso à Ibirarema, para depósito de lixo, ainda a céu aberto, afastando do meio urbano os problemas verificados nos pequenos lixões que foram transferidos para um maior, que a partir da década de 1990 foi adaptado como um aterro sanitário.

Apesar da melhoria, o aumento da produção de lixo fez crescer a quantidade recolhida e, mesmo com boa parte sendo reciclada, houve expansão da área de aterramento sanitário que, por sua vez, produz o chorume que polui as águas subterrâneas captadas para consumo humano.

Com o fechamento dos aterros inadequados, incluindo o de Palmital, todas as cidades da região passaram a enviar os detritos a Quatá, onde existe uma usina de reciclagem, que agora poderá ser substituída pela usina de produção de energia de Palmital, transformando o lixo em matéria-prima de luxo para produzir energia limpa, renovável e barata.

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Cláudio Pissolito

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