Doadas pela mãe biológica, irmãs se conhecem por acaso após quase 20 anos separadas

Elas foram doadas por mãe biológica, a última da direita para a esquerda

 

Duas irmãs se conheceram depois de quase duas décadas separadas. Doadas pela mãe biológica, elas se descobriram irmãs após o pai adotivo de uma delas reparar na semelhança entre as duas.

 

Luciana Sestaria, de 36 anos, foi adotada ainda bebê e passou a vida buscando a irmã, que também havia sido doada. O encontro aconteceu por acaso depois que, voluntária em um hospital, atendeu o pai adotivo da irmã, que se surpreendeu com a semelhança entre elas. “Eu fui ali para ajudar e acabei sendo ajudada”.

 

Luciana foi doada pela mãe aos oito meses. A família morava nos fundos de uma oficina próximo a um restaurante às margens da Dutra em Cachoeira Paulista. A mãe, que teve a primeira gravidez aos 14 anos, entregou a criança para a dona do restaurante que ajudava a família em 1984.

 

Aos nove anos descobriu que era adotada e reencontrou a mãe biológica. Foi quando soube que tinha uma outra irmã, que também havia sido entregue a uma família em Lorena.

 

As cidades são separadas por apenas 18 quilômetros, mas foram quase duas décadas até que os limites dessa distância fossem superados. “Eu me prendia àquela esperança quase infundada de ficar olhando as meninas na cidade para ver se eu me reconhecia”, disse Luciana sobre a busca pela irmã.

 

O ACASO

Luciana era auxiliar de enfermagem e aos 19 anos se voluntariou para dar cuidados paliativos a pacientes na Santa Casa de Guaratinguetá. Ela não sabia que naquele 2006 havia dado um passo que a levaria para mais perto da irmã.

 

Em um dia comum recebeu um paciente que estava com a perna quebrada e precisava de cirurgia. “Os ferimentos dele eram graves e, mesmo com aquela dor, conseguiu me olhar e dizer que eu era parecida com a filha dele. Não me apeguei àquilo em primeiro momento”.

 

O paciente em questão era José Augusto Pereira, pai de Lucilene, irmã biológica de Luciana. Ele permaneceu internado por 15 dias e durante o período se aproximou de Luciana ao ponto de compartilhar detalhes da vida pessoal, sempre insistindo na semelhança entre ele e a filha.

 

“Quando me contou que a menina de quem falava tinha sido adotada de uma mãe carente que morava próximo a um restaurante na Dutra, logo respondi que era minha irmã. Contei minha história e não acreditamos no que o destino tinha feito ali”.

 

As duas foram doadas formalmente, com registros com o nome da mãe biológica nos documentos, que comprovavam o parentesco. Depois que José teve alta, Luciana mandou uma carta à irmã tentando a aproximação. À época, Lucilene ainda tinha dificuldade em aceitar a questão com a mãe biológica e para garantir o encontro, ela chegou na casa como cuidadora de José. “A gente se reconheceu no primeiro olhar”, diz Luciana.

 

O ENCONTRO

Lucilene Augusto Pereira, de 32 anos, foi entregue aos pais adotivos nos primeiros meses de vida, em 1986. Descobriu que era adotada no leito de morte da mãe adotiva, que perdeu aos nove anos. O vazio da imagem de mãe a acompanhou por anos e, sem saber quem ela era, não tinha notícias de possíveis irmãos.

 

Em 2006, Lucilene era adolescente, sem mãe, e preocupada com o pai hospitalizado quando recebeu a carta com a notícia de que havia mais alguém. “Achei que estava delirando. Não conseguia acreditar até meu pai armar o nosso encontro” “Era impossível olhar para ela e ignorar a semelhança”, afirma Lucilene.

 

Ao longo dos anos, elas quebraram a distância que a separação criou e passaram a fazer parte da vida uma da outra. Estiveram juntas na formatura de Lucilene, no nascimento dos três filhos, nos momentos difíceis. A coincidência do destino as uniu e criou uma grande família.

 

“Ela entrou na minha vida sem pedir licença, escancarou a porta, mas me conquistou. Hoje eu fechei de um jeito para ela nunca mais sair. Ela é minha irmã. Irmã”.

Fonte: G1

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