Doméstica é multada em R$ 10 mil por ironizar médico no Face

A empregada doméstica Vera Lúcia Lopes, de 49 anos, foi condenada a pagar R$ 10 mil a um médico devido à postagem de uma imagem feita em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), de Campo Grande, e a um comentário irônico que publicou.

A mulher, que recebe salário mensal de R$ 1 mil para sustentar a família, diz que não sabe como fazer para pagar a dívida e agora faz as contas para encontrar uma solução.

A empregada disse à imprensa que até tentou explicar sua situação financeira à juíza que a condenou, Edi de Fátima Dalla Porta Franco, mas que mesmo assim ela estipulou um valor que não possui.

“Acho injusto esse valor de R$ 10 mil. No dia em que eu fui ao tribunal, expliquei para a juíza. Ela não falou nada, nem pediu minha carteira profissional para ver quanto eu ganho. Mandaram eu tirar a publicação do ar, e eu tirei. Agora, um médico pedir indenização de uma empregada doméstica? Eles poderiam mandar alguém na minha casa para ver minha situação. Ganho R$ 1.000 por mês”, desabafou.

Vera disse que não tem dinheiro para contratar serviços advocatícios e que vai procurar um defensor público para recorrer da decisão. A empregada mora com o filho, de 21 anos, que trabalha como segurança em um hotel.

Ela contou ainda que a sobrinha tirou a foto. “Mas quem fotografou foi minha sobrinha, que tem um problema na vesícula. Depois que ela foi atendida, ficou esperando mais uma hora para conseguir autorização para ser internada no Hospital Universitário”, alegou.

De acordo com reportagem publicada pelo site Uol, a doméstica foi condenada no mês passado por postar no Facebook uma foto com uma ironia a dois médicos que conversavam enquanto sua sobrinha, depois de atendida, aguardava para ser internada.

“Vera Lúcia Lopes está se sentido exausta em UPA Leblon”, dizia a reação que marcou a página do posto de saúde na rede social e exibia a foto de uma paciente acamada e de dois médicos conversando. “Por isso que as UPAs não funcionam. Enquanto os pacientes padecem, os médicos ficam batendo papo”, escreveu.

Ao tomar conhecimento da publicação, um dos médicos acionou a justiça e disse que conversava com a médica para tirar dúvida do caso de um paciente internado no local.  “O conteúdo extrapolou de modo grave e reprovável o direito de livre manifestação do pensamento”. “Fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais) para compensá-lo dos danos morais (…), inclusive para desestimular a ré a reiterar a prática desse ato ilícito”, diz a decisão da juíza.  

 

 

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Cláudio Pissolito

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