Dona de cão morto a tiros por policial civil durante confusão diz que animal era dócil: ‘Não precisava atirar’

Jovem alega que animal ficou nervoso por causa dos tiros disparados para o alto durante a confusão em Paraguaçu Paulista (SP). Delegado diz que investigador que cumpria mandado de prisão no bairro sofreu quatro mordidas.


A dona do cachorro morto a tiros na confusão ocorrida durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na última segunda-feira (18), em Paraguaçu Paulista (SP), afirmou que registrou um boletim de ocorrência contra o policial civil autor dos disparos.

Além da morte do cachorro da raça pitbull, três pessoas acabaram presas ao fim da confusão, registrada no bairro Vila Nova.

Na ação, foram presos a dona do cão, seu pai e seu irmão, alvo do mandado por suspeita de tráfico de drogas. A mulher foi presa por desacato e o pai por resistência e lesão corporal, por supostamente ter usado o cachorro como meio de ataque contra os policiais. Ela e o pai foram soltos no mesmo dia, após o pagamento de fiança.

Dona de cão morto a tiros registrou BO online com a foto de seu pet logo após ser baleado  — Foto: Arquivo pessoal
Dona de cão morto a tiros registrou BO online com a foto de seu pet logo após ser baleado — Foto: Arquivo pessoal

Vitória Franceschini de Souza, de 20 anos, contesta a informação do BO de que seu pai, de 60 anos, teria atiçado o cão contra os policiais que realizavam a prisão de seu irmão, de 23 anos.

“Quando soubemos que a polícia estava prendendo meu irmão, eu e meu pai fomos para a rua, mas o cão escapou pelo portão. O animal queria apenas proteger meu irmão, mas um dos policiais começou a atirar para o alto, o que deixou o cachorro nervoso. Na confusão, outro policial deu dois tiros no cachorro”, relata Vitória.

Segundo o delegado Tiago Bérgamo Martins, que investiga o caso, os policiais que participaram da ação passaram por exame de corpo de delito no IML e o laudo apontou que um dos investigadores foi mordido quatro vezes pelo cachorro. A perícia ainda vai apurar quantos disparos foram feitos contra o animal.

“O Thor [cão que foi morto] era dócil, tinha apenas um ano e seis meses, sempre andava pela rua em meio aos vizinhos e nunca mordeu ninguém. Na confusão, eu tentei segurar o Thor, mas os próprios policiais me seguraram e me impediram de tentar acalmar ele. Não precisava atirar nele, eu quero justiça”, diz Vitória.

Vitória se desespera ao lado de seu cão morto a tiros durante confusão com policiais civis — Foto: Arquivo pessoal
Vitória se desespera ao lado de seu cão morto a tiros durante confusão com policiais civis — Foto: Arquivo pessoal

O delegado disse que ainda não recebeu o BO registrado de forma online pela dona do cão, mas afirma que isso não poderia ser feito, pois os fatos já estão sendo investigados em um procedimento anterior.

O rapaz de 23 anos segue preso e também é investigado pelo crime de roubo à mão armada.

Fonte: G1

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