O surgimento, a manutenção e a viabilidade econômica da agricultura, seja para subsistência ou extensiva, são garantidas graças à existência de água, tanto no subsolo como em pequenas nascentes, nos riachos, em grandes rios ou pela quantidade de chuvas disponíveis. Exemplos clássicos, históricos e absolutamente ilustrativos são encontrados em inúmeras regiões do planeta, como é o caso do Norte da África, onde a população se concentrou e garantiu sobrevivência graças à perenidade do rio Nilo, que disputa com o rio Amazonas o título de maior do mundo.
A colonização, o adensamento populacional e o desenvolvimento econômico e social dos países estão diretamente relacionados e dependentes da existência de água em abundância, principalmente para garantia da produção agrícola que serve como alimento de homens e animais e de base para as demais atividades produtivas, como comércio, serviço e indústria. A grande maioria das atividades humanas tem como matéria-prima os produtos vegetais, naturais ou produzidos pela agricultura, que por sua vez depende da existência de água para o equilíbrio do clima, a germinação das sementes, o desenvolvimento das plantas e a garantia de seus nutrientes.
“…água em quantidade, sempre considerada como a grande riqueza…”
A colonização das terras brasileiras, incluindo o nosso Vale do Paranapanema, teve como motivação a existência de água em quantidade, sempre considerada como a grande riqueza que garantia a valorização dos espaços graças à disponibilidade do “líquido sagrado” capaz de sustentar a vida e a sobrevida de vegetais, animais e humanos. Desde os primórdios do comércio de terras que as boas nascentes, as chamadas aguadas, eram divulgadas com bastante destaque como forma de publicidade para atrair interessados e comprovar a valorização da propriedade.
Não obstante à importância da água para o desenvolvimento da agricultura e, consequentemente, das demais atividades nomeadas como secundárias ou terciárias, a valorização das terras passou a exigir cada vez mais aproveitamento dos espaços e a oferecer menos importância a nascentes e riachos, relegados a segundo plano no processo da agricultura extensiva. A redução das matas, o plantio em relevos íngremes, a utilização intensa de adubos e defensivos químicos, assim como a valorização pela área agricultável, ou de aproveitamento, e não mais pela existência de água, estão modificando a forma de uso da terra com a tendência de desprezo à fonte da vida no planeta.
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