O palmitalense Edson Rogatti é uma das principais lideranças do setor da saúde pública no Brasil e luta para garantir que instituições que prestam serviços ao SUS continuem a cumprir bem seu papel em benefício dos pacientes. Como diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), ele estevem reunido na manhã de quinta-feira passada (15/05) em Brasília (DF) com o vice-presidente da República Geraldo Alckmin.
O encontro, que também contou com a participação de Monaliza Costa Santos, diretora administrativa e jurídica da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), teve como principal objetivo apresentar os desafios enfrentados pelas instituições filantrópicas de saúde no Brasil, com ênfase no aumento expressivo do endividamento e no risco de descontinuidade da Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social na Área de Saúde (Cebas).
Atualmente, segundo a Fehosp, as Santas Casas e os hospitais filantrópicos são responsáveis por cerca de 60% de todos os atendimentos de média e alta complexidade do sistema de saúde pública, especialmente em regiões mais afastadas ou carentes de infraestrutura pública. No entanto, a defasagem da tabela SUS, os custos crescentes e a burocracia para manter a certificação Cebas têm colocado a sustentabilidade dessas instituições em risco.

Durante a audiência, Rogatti solicitou o apoio de Alckmin e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a criação de medidas emergenciais e estruturantes que possibilitem equilíbrio financeiro às entidades. Entre as propostas apresentadas, na reunião estão a revisão dos critérios de manutenção do Cebas, a criação de linhas de crédito específicas para o setor e a ampliação de incentivos fiscais que reconheçam a relevância do papel social dessas instituições.
“O sistema filantrópico é um dos pilares do SUS. Mas, sem recursos adequados e segurança jurídica, corremos o risco de colapso. Levamos ao vice-presidente nossa preocupação com a manutenção do Cebas e pedimos apoio para políticas públicas que garantam a continuidade e qualidade do atendimento prestado à população”, disse Rogatti. “Essas instituições não têm fins lucrativos e existem justamente para suprir a ausência do Estado em muitas regiões. Ignorar sua crise é comprometer diretamente o acesso à saúde de milhões de brasileiros”, completou.
Geraldo Alckmin, que é médico de formação, manifestou solidariedade ao setor e afirmou que fará todo o possível para contribuir com soluções que garantam a sobrevivência e fortalecimento das entidades filantrópicas. Durante a reunião, Rogatti também fez a entrega do convite oficial para que o vice-presidente participe do 35º Congresso Fehosp, que está previsto para abril de 2026 e que é um dos maiores eventos nacionais voltados à gestão hospitalar e às políticas públicas de saúde.
A reunião foi considerada produtiva pelo presidente da Fehosp, que espera que o diálogo estabelecido com o Executivo se converta em ações efetivas de suporte ao setor. “Saímos com a sensação de que a causa das Santas Casas foi ouvida. Esperamos que esse compromisso se traduza em medidas concretas que aliviem o sufoco financeiro das instituições e fortaleçam sua atuação dentro do SUS”, ressaltou Rogatti. “A saúde filantrópica não pode ser esquecida. Ela é parte essencial da rede pública brasileira e precisa ser reconhecida com o devido valor”, finalizou.