A luta das mulheres pelo reconhecimento da condição de igualdade de gênero em todas as áreas de atividade humana é antiga e remonta aos primórdios da civilização, quando à elas foi designada apenas a função reprodutiva, seguido dos cuidados com a casa e a educação dos filhos.
Passados muitos séculos e depois de muita evolução do conhecimento e da tecnologia, e mesmo com a possível existência de sociedades matriarcais identificadas em estudos arqueológicos que revelam a existência de divindades femininas em épocas remotas, as mulheres ainda buscam espaço no sistema patriarcal universalizado.
O homem como provedor e guardião da família e a mulher reprodutora e reservada aos cuidados do lar e da prole prevalecem como modelo familiar majoritário, enquanto países como a China, Indonésia e República Tcheca mantêm alguns núcleos matriarcais isolados.
A apesar da existência destas sociedades dominadas pelas mulheres com o direito de transmitir propriedades e sobrenomes às sucessoras, até o experimento de uma micronação onde elas são sexualmente dominantes e os homens voluntariamente tratados como escravos sexuais, na grande maioria das sociedades as mulheres são cidadãs secundárias, submissas e até escravizadas.
“…independente de reconhecimento da própria sociedade, a emancipação feminina acontece…”
A equiparação de gênero, que significa direitos e deveres iguais a todos, ou a simples emancipação da mulher nas sociedades patriarcais, não depende apenas do tempo ou da evolução do conhecimento científico, mas sim da evolução do pensamento coletivo nas relações humanas.
O manutenção do conservadorismo como regra social dominante, independente do progresso material, científico e tecnológico verificado, é a causa principal da condenção histórica da mulher como mera coadjuvante nas relações humanas, independente de conhecimento, capacidade e liderança nata.
No Brasil, por exemplo, ao menos metade dos lares têm mulheres como chefes de família, responsáveis únicas pelo sustento da casa e dos filhos, comprovando que, independente de reconhecimento da própria sociedade, a emancipação feminina acontece naturalmente.
Entretanto, para de fato haver igualdade e justiça entre homens e mulheres é preciso não apenas o trabalho feminino ocupando o espaço dos homens, mas principalmente a evolução do pensamento coletivo e das regras sociais estabelecidas para reconhecer que a humanidade não se divide em gênero, mas sim em índole e caráter.
CONFIRA TODO O CONTEÚDO DA VERSÃO IMPRESSA DO JORNAL DA COMARCA – Assine o JC – JORNAL DA COMARCA – Promoção: R$ 90,00 por seis meses