O setor de moda e acessórios foi um dos mais impactados pela crise do coronavírus. Apenas 37% dos consumidores compraram alguma peça no período da quarentena. Os itens mais vendidos foram: blusas, camisetas, calças, roupa íntima e meias. E, a partir de agora, para manter as portas abertas é preciso trabalho e criatividade.
A empresária Renata Mendonça tem cinco lojas de roupas femininas em São Paulo. As peças têm preço único: R$ 49,90 cada. Ela vendia, em média, 18 mil unidades por mês. Para enfrentar a crise, Renata fez promoção uma semana antes do fechamento do comércio.
O que era acessível ficou mais barato ainda. A mega promoção com qualquer peça a R$ 35 garantiu 75 dias de caixa e deu tempo para a empresa planejar os próximos passos com tranquilidade. “Isso foi excepcional porque tinha tranquilidade para parar e organizar a vida em todos os sentidos”, conta a empresária.
Depois da promoção e com caixa, Renata, que nunca trabalhou com venda virtual, montou um site. Mas o resultado não agradou. As vendas renderam 3% do faturamento. “Imagine eu, com site novo, dez dias no ar, concorrendo com investimento de empresas de Market place. De grandes marcas. Então o conteúdo que a gente gerava não atingia a nossa clientela. Tivemos que pensar num plano B”.
O plano B foi trazer toda a equipe de vendas para junto do negócio e fazer atendimento personalizado. “Eu tinha carteira de 14 mil clientes em linhas de transmissão de WhatsApp. A gente começou a chamar e convidar uma a uma para fazer compra com super link pelo WhatsApp. Cheguei a contratar blogueiras para tirar fotos para mandar para as clientes. O trabalho foi árduo porque é uma venda mais lenta do que a gente está acostumada no dia a dia”, explica Renata.
A estratégia deu certo. Com as lojas fechadas, as vendas pelo WhatsApp chegaram a 20% do faturamento. “É um conforto para elas e eu penso até daqui para frente ter uma equipe contratada só para fazer esse atendimento”.
Com a reabertura das lojas, as vendas já cobrem 60% do faturamento. A cliente pode continuar pedindo por celular e pegar as roupas na entrada da loja. “Muita gente vai quebrar ou quebrou nessa crise. Mas não é nosso caso. A gente vai vencer e sair melhor do que entrou nessa”, finaliza a empresária.
Fonte: G1