Lívian Monteiro compartilha com os seguidores cada passo do tratamento contra a doença que colocou a vida dela em risco. Atualmente, ela faz fisioterapia respiratória.
A jovem de 19 anos, Lívian Monteiro, conta que está tentando voltar a rotina depois de passar pela cirurgia que retirou parte do pulmão dela, que estava com um fungo causado pelo uso do narguilé.
“Eu espero conseguir voltar aos poucos à minha rotina. Não vai ser a mesma coisa, mas eu espero melhorar. Ainda está complicado”, relata.
Há três meses, a estudante de Cuiabá descobriu que tinha aspergilose. Na prática, fungo no pulmão.
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Outro choque na época foi saber que poderia ser resultado de um hábito que parecia só curtição entre amigos: o uso do narguilé.
“Uma hora a conta chega, e a conta é alta”, disse em um dos vídeos que relatava sobre a doença.
Depois do diagnóstico, uma decisão: fazer uma espécie de diário nas redes sociais. Lívian compartilha com os seguidores cada passo do tratamento contra a doença que colocou a vida dela em risco.
“A cada três festas que eu ia, três tinham narguilé e em uma eu usava”, afirma. A jovem usou o narguilé por três anos. Antes do fungo, ela teve tuberculose.
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O pneumologista Paulo César Neves explica a relação.
“Qualquer agente infeccioso como vírus, bactéria, fungo ou tuberculose, pode sim ter ligação com esse uso de narguilé. O caso da livian é um exemplo do que pode acontecer com pessoas que fazem uso”, diz.
A jovem conta que mesmo depois da tuberculose voltou a usar o narguilé.
“Parei por um tempo, mas depois via as pessoas usando e nao resisti. Acabava pegando uma vez ou outra”, conta.
Mas a primeira doença deixou sequela: um buraco no lóbo superior do pulmão direito, onde o fungo cresceu.
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Na cirurgia, os médicos viram que o fungo era maior que o esperado e foram retirados dois dos três lóbos. A capacidade respiratória diminuiu e Lívian precisa diariamente de fisioterapia.
O coordenador da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Paulo César Correa, afirma que o consumo da fumaça é semelhante ao consumo de 100 a 200 cigarros em uma hora.
“O uso vai se tornando cada vez mais frequente e se transforma numa porta de entrada para o tabagismo convencional, seja através do cigarro normal, do cigarro eletrônico ou do consumo mais frequente do narguilé”, diz.
Especialistas alertam que o aroma atraente leva ao consumo maior. E aí , começa o perigo para a saúde.
O narguilé
De formato exótico, o narguilé é um grande cachimbo de água que pode ser usado individualmente ou em grupo. Os primeiros registros indicam que nasceu na Índia, no XVIII. Depois de passar pela Pérsia, foi incorporado à cultura dos países árabes. Chegou à Europa e, depois, ao continente americano.
Onde está o perigo?
Em cima, na fornilha, vai o carvão que queima o tabaco que fica embaixo dele. A queima do tabaco produz uma borra que tem alcatrão. Só que o tabaco – ou fumo – contem nicotina, principal substância ligada à dependência.
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Depois da tragada, a fumaça desce para o reservatório de água. A água esfria a fumaça que sobe pela mangueira até a boca. Ao inalar a fumaça, o usuário entra em contato com o alcatrão, a nicotina e monóxido de carbono.
De acordo com especialistas, em uma sessão de narguilé, o consumo de fumaça é semelhante a você fumar de cem a duzentos cigarros em uma hora.
Fonte: G1