No blog de Mayumi Sato, em Universa, há o resultado de uma pesquisa com 1.026 pessoas sobre os desejos sexuais que têm vindo à tona nesse período de isolamento e que pretendem ser realizados no pós pandemia.
Os resultados são os seguintes: A maioria, 59% , deseja realizar sexo a três. Em segundo lugar vem o desejo de conhecer alguém em um aplicativo e transar na mesma noite. Além desses dois, as respostas são: ir a uma casa de swing, transar com pessoas olhando, no mesmo ambiente, e transar em locais públicos.
A maioria das fantasias sexuais não é colocada em prática, mas é muito difícil encontrar alguém que não as tenha. A grande vantagem das fantasias é poder inventá-las da maneira que se quiser. Cada um é dono do seu próprio espetáculo: decide o elenco, o argumento, a direção, a edição, os ângulos de câmera e os efeitos especiais.
Além disso, não há motivos para se preocupar com críticas negativas ou censura: você é a única pessoa que poderá ver as suas fantasias sexuais. Contudo, nem todos se sentem tranquilos dando asas livremente à imaginação. Muitos se envergonham de suas fantasias.
Uma pessoa pode sonhar com quem desejar e imaginar qualquer cenário e ritual para um encontro amoroso. Mas pesquisas indicam que as fantasias geralmente envolvem parceiros conhecidos, um ex amor ou o marido da vizinha, ou mesmo a balconista do mercado.
Os locais escolhidos também costumam ser bastante comuns. As atividades imaginadas se abrem para um arco que vai do romantismo açucarado até os malabarismos mais circenses.
Quanto a compartilhar a fantasia, não há consenso. Há especialistas, como o neurologista Martin Pörtner, recomendando que quanto menos se falar, melhor. As fantasias devem ser descobertas na cama e na prática. A verbalização desestimula, segundo ele. Nenhum casal está livre do conflito das fantasias com terceiros.
Em seu livro “Psicopatologia das relações amorosas”, o psicanalista austríaco Otto Kernberg afirma que os casais sempre dividem a cama com mais quatro pessoas: os rivais e os tipos ideais de cada par. Diante do inevitável, Kernberg alerta que a fantasia deve ir para o baú quando resulta em dor física ou emocional.
É comum as pessoas se sentirem culpadas por suas fantasias. Geralmente elas visualizam situações, que não gostariam de experimentar na vida real. Elas se prestam basicamente para elevar o nível de excitação. Mas não deveriam causar preocupação. É provável que tais fantasias pertençam justamente a uma área de repouso da experiência humana, livre de explicações racionais.
Regina Navarro (Universia)