Filho acusado de matar os próprios pais se torna réu por duplo homicídio triplamente qualificado

A Justiça decretou a prisão preventiva de Gustavo Bernardelli Cauneto, acusado de duplo homicídio triplamente qualificado, após confessar ter assassinado a tiros os próprios pais, Valfrido Cauneto e Maria Vanda Bernardelli Cauneto, em Santo Expedito (SP). O preso foi transferido na sexta-feira (28/02) para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá (SP).

 

Na mesma decisão, à qual o G1 teve acesso, a Justiça recebeu a denúncia formulada pelo Ministério Público Estadual e tornou Gustavo réu pelos crimes de:

 

Duplo homicídio triplamente qualificado: mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;

Crime continuado: a denúncia também o enquadra no aumento de pena previsto no parágrafo único do artigo 71 do Código Penal (CP);

Furto: com aumento de um terço na pena, quando o crime é praticado durante o repouso noturno;

Outra circunstância agravante apontada na denúncia é de que o réu cometeu o crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; e

Fraude processual.

 

Gustavo é o filho mais novo do casal e foi detido em sua casa, no dia 29 de janeiro, também em Santo Expedito, para o cumprimento de prisão temporária por 30 dias determinada pela Justiça. Ele estava na Cadeia de Presidente Venceslau (SP) até a transferência para o CDP de Caiuá.

 

A decisão da juíza de Direito Flávia Alves Medeiros, da Vara do Júri da Comarca de Presidente Prudente (SP), tem como base a representação da Polícia Civil pela prisão preventiva do réu, medida que também contou com a manifestação favorável do promotor de Justiça Gabriel Lino de Paula Pires, autor da denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual.

 

“Existem provas que dão conta da existência do crime e indícios suficientes da autoria, seja pelos laudos periciais juntados aos autos e também pelo relato testemunhal apresentado”, diz a magistrada.

 

A decisão, à qual o G1 teve acesso, ainda lembra que as testemunhas relataram que o acusado possuía desavenças com as vítimas e que em interrogatório “o réu confessou ter cometido o crime e apontou o local em que dispensou a arma utilizada no caso”.

 

“Ademais, o réu é acusado de ter praticado crime de furto, de fraude processual e crime de homicídio triplamente qualificado contra seus pais, portanto, hediondo, cuja reprovação social e legal são de grau elevado, demonstrando acentuada periculosidade”, salienta a juíza.

 

Diante dos fatos, “mostra-se fundamental a decretação da prisão preventiva, já que a liberdade do acusado, que responde por delito de tamanha gravidade, abalaria a ordem pública, além de colocar em descrédito a efetividade do ordenamento jurídico, já que o crime causou grande comoção social”.

 

A magistrada coloca, ainda, que a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal (CPP) não são suficientes no caso de Gustavo, sendo que sua liberdade “abalaria a ordem pública, além de colocar em descrédito a efetividade do ordenamento jurídico”.

 

“Ressalte-se que, a partir do momento em que for formalmente cientificado da denúncia, nada impede que venha a tentar fugir do distrito da culpa, atrapalhando o andamento processual e frustrando a futura aplicação da lei penal. Pode, ainda, colocar em risco a atividade probatória, o que comprometeria não somente a ordem pública, mas também a instrução criminal”, afirma a juíza Flávia Alves Medeiros.

 

O inquérito policial foi encerrado no dia 20 de fevereiro, conforme informou ao G1 o delegado Mateus Nagano da Silva, que foi o responsável pelas investigações sobre o caso.

CONFISSÃO

A Polícia Civil prendeu, no dia 29 de janeiro, Gustavo Bernardelli Cauneto, de 39 anos, que confessou ter assassinado a tiros os próprios pais, Valfrido Cauneto e Maria Vanda Bernardelli Cauneto, na semana anterior, em Santo Expedito.

 

Segundo a polícia, Gustavo alegou que teve um “surto psicótico” que o levou a assassinar os próprios pais. A arma de fogo usada para matar as vítimas foi encontrada em uma represa na chácara de um tio do acusado.

O casal foi morto a tiros na propriedade rural da família, em Santo Expedito, em 23 de janeiro. Valfrido, que já havia sido prefeito de Santo Expedito por dois mandatos entre as décadas de 1970 e 1980, ocupava o cargo de vereador na cidade.

 

Irmão de Gustavo, o filho mais velho do casal encontrou o pai, de 76 anos, e a mãe, de 68 anos, já sem vida, por volta das 4h30, quando chegou para ajudar na ordenha de vacas na propriedade rural da família. Cinco disparos atingiram as vítimas, conforme informou à polícia o Instituto Médio Legal (IML).

 

Localizada caída na porta do quarto, a mulher apresentava três ferimentos à bala – 1 na perna, 1 no olho e 1 no peito (que transfixou às costas) – e o homem, encontrado entre a cama e um guarda-roupas, duas lesões – 1 na cabeça e 1 na axila, conforme contou ao G1 o delegado Mateus Nagano da Silva, responsável pelas investigações.

 

A porta dos fundos da casa estava aberta, sem sinais de arrombamento. Conforme a Polícia Civil, o local era cercado por câmeras externas, mas a central com as imagens do circuito de segurança foi levada por quem cometeu o crime.

 

A defesa de Gustavo informou ao G1 que acredita 100% na inocência dele e que a confissão do crime foi feita mediante agressão policial. Além disso, a defesa pontuou que, no procedimento da prisão, a Polícia Civil arrombou a casa e agrediu seu cliente para que ele confessasse o crime.

 

Sobre as acusações da defesa de Gustavo Bernardelli Cauneto, de que ele teria apanhado da polícia, a Delegacia Seccional da Polícia Civil, em Presidente Prudente, reiterou que a prisão dele foi cumprida com observância às normas legais, sendo certo que no momento da detenção houve resistência.

 

Ainda segundo a polícia, essas circunstâncias foram registradas em Boletim de Ocorrência próprio e o preso foi submetido ao devido exame de corpo de delito.

Fonte: G1

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