Na Trilha do mês missionário extraordinário, enxergamos novas luzes para pensar a vida missionária na Igreja e a formação dos discípulos missionários. Isso é o que nos faz parar refletir.
Objetivo: Assimilar a ideia de que o discípulo missionário é alguém em formação o tempo todo e à vida toda. Sim! A formação é uma necessidade e uma urgência no seguimento a Jesus. Embora a marca característica do discípulo seja a fé, isso não significa que já tenha alcançado tudo, ou, então, seja perfeito. Não! O discípulo missionário é um seguidor de Jesus Cristo em processo permanente de conversão que resulta em amadurecimento. Por outro lado, a fé é um dom-semente que precisa de zelo, cuidados e atenção que favoreçam o crescimento e os frutos. A formação do discípulo missionário se dá como instrução da fé, ou seja, como atualização do Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, como discernimento da Vontade de Deus e, também, como testemunho de vida para o mundo.
Pistas para a Reflexão: A instrução da fé não é um luxo intelectual de pessoas estudadas, mas é um processo crescente de aprendizagem e amadurecimento pessoal de todo aquele que põe os pés no caminho para seguir a Jesus e trabalhar na obra do Reino.
Fica claro, portanto, que os discípulos missionários de Jesus Cristo não trabalham, na messe do Senhor, contando, apenas, com a boa vontade ou sendo, simplesmente, um voluntário na obra. Não. O discípulo missionário é um servidor do Reino de Deus e, por isso, precisa aprender, o tempo todo, como servir, a exemplo do mestre Jesus. Nesse sentido, procura configurar-se ao Cristo, ou seja, assemelhar-se a ele, nas palavras, nos atos e nas atitudes. São Paulo fala em ter os mesmos sentimentos de Cristo e procurar o último lugar, como ele.
Fica claro, portanto, que, quando falamos em formação, não se trata, simplesmente, de estudo. O estudo, também, deve acontecer. Mas, formação significa o processo de seguimento a Jesus. Trata-se de uma caminhada que vai acontecendo ao longo da vida e proporciona o amadurecimento progressivo da fé.
O ponto de partida da formação do discípulo é o encontro pessoal com Jesus.
O lugar, por excelência, da formação do discípulo missionário é a comunidade onde ele convive, partilha os bens, os dons e a palavra, faz a experiência do perdão, da misericórdia e da Eucaristia e, serve os irmãos e irmãs.
Desenvolvendo o tema: A Palavra de Deus nos mostra que, antes de mais nada, seguimento é identificação com algo ou com alguém. Ninguém segue algo ou alguém se não estiver identificado. Nesse sentido, o seguidor de Cristo é alguém identificado com Cristo: com suas palavras, gestos, atitudes, obras, ações, ensinamentos.
Da Identificação com o Cristo, a reflexão bíblica chama a atenção para a questão da identidade cristã do discípulo missionário e de sua vida no contexto humano desafiador. Ora, quem segue a Jesus e dá testemunho sobre ele, sabe que, embora a sua vida pertença a Cristo, o seu viver está totalmente marcado pelo mundo onde vive e que, por isso, precisa ter clara sua opção fundamental para não se deixar levar pelo mundo. Nesse sentido, o encontro pessoal com Jesus Cristo que gerou a identificação com ele e, ao mesmo tempo, formou a identidade pessoal de seguidor, precisa ser alimentado como aquele que mantem viva e acesa a chama da fogueira. Em outras palavras, isso quer dizer que, vivendo num mundo cheio de contradições, o discípulo missionário precisa manter seus laços, com Cristo, bem ajustado, através da formação permanente.
A formação do discípulo missionário começa com a necessidade de uma profunda experiência de Deus, impactado por Jesus Cristo que viveu a realidade do seu tempo, assumindo sua vocação e missão e fazendo opções, consciente das consequências disso para a sua vida (e sabemos que a cruz é consequência de sua opção missionária).