Uma imagem do século XVIII de Nossa Senhora do Carmo, furtada há quase 30 anos em Sabará, na Grande BH, foi recuperada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e foi devolvida à comunidade sabarense na terça-feira (17), às 18h.
A imagem é de madeira esculpida, policromada, mede 38cm de altura, 14cm de largura e 11cm de profundidade e pertence à Igreja da Ordem 3ª do Carmo.
O templo religioso e o acervo sacro são tombados desde 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A escultura foi resgatada pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural (CPPC) do MPMG após uma denúncia recebida via sistema Sondar, que comunicou o anúncio de venda da imagem em um site de uma casa de leilões em Campinas (SP).
A partir dessas informações, o ministério instaurou procedimento investigatório para apurar a denúncia e adotar providências para o resgatar a peça sacra, furtada no dia 10 de janeiro de 1995.
Imagem sacra de Nossa Senhora do Carmo foi furtada há quase 30 anos — Foto: Ministério Público de Minas Gerais/Divulgação
Análise técnica
O parecer técnico da Coordenadoria de Patrimônio Cultural (CPPC) destaca que, “as linhas e elementos de composição são equivalentes. Associado a isto, ao confrontar as informações constantes da denúncia, do anúncio, da ficha de inventário, da ficha de desaparecimento do bem e dos dados constantes do Sondar constatou-se que a imagem anunciada possui convergências com a peça desaparecida”.
Ainda de acordo com o laudo, “no site de leilões a imagem foi descrita como oriunda de Minas Gerais e atribuída ao artista Vieira Servas. No entanto, para se concluir acerca da autoria serão necessários estudos minuciosos e aprofundados”.
Após as análises técnicas, confirmou-se que a imagem comercializada pertencia a Sabará, sendo adotadas as medidas legais para que o bem cultural retornar ao local de procedência.
Imagem sacra de Nossa Senhora do Carmo é tombada — Foto: Ministério Público de Minas Gerais/Divulgação
Sondar
A plataforma, lançada em 2021, reúne objetos mineiros desaparecidos, recuperados e restituídos, pode ser acessada pela internet e disponibiliza um acervo de cerca de 2,5 mil bens culturais mineiros, como documentos e peças de arte sacra.
O sistema foi desenvolvido pelo MPMG em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e oferece recursos que contribuem e possibilitam para as comunidades:
- Adicionar novas informações sobre os bens cadastrados;
- Solicitar a inserção de bens desaparecidos;
- Informar sobre a localização de um bem desaparecido;
- Realizar a restituição voluntária de um objeto de valor cultural;
- Denunciar vendas ilegais ou suspeitas.
Também é possível enviar fotografias, áudios e vídeos para contar como um bem cultural desaparecido é importante para a comunidade.
Fonte: g1