O comissário de Agricultura da União Europeia (UE), Christophe Hansen, pediu nesta quinta-feira, em São Paulo, que o processo de assinatura do acordo comercial com o Mercosul, que ainda aguarda votação no Parlamento e no Conselho Europeus, seja “acelerado”.
“Acho que é possível (assinar em dezembro), mas é claro que todos precisam acelerar as coisas”, disse Hansen durante uma entrevista a um pequeno grupo de veículos de comunicação, incluindo a EFE, durante uma visita de trabalho ao Brasil.
O comissário disse que o objetivo de assinar o acordo este ano depende “dos processos internos e da rapidez” das outras duas instituições da UE envolvidas no processo.
Nesse sentido, ele destacou a urgência de abrir novas oportunidades comerciais, após o aumento de tarifas sobre as exportações europeias para os EUA.
“Não temos muito tempo a perder porque muitos dos nossos produtores que exportam para os EUA estão sob pressão “, disse ele.
Hansen também defendeu o “mecanismo de salvaguarda” introduzido recentemente pela Comissão em resposta às preocupações dos agricultores, que prevê restrições às importações do Mercosul no caso de uma queda repentina nos preços de produtos europeus, como a carne bovina.
O comissário reconheceu que o governo brasileiro discorda, mas descartou a possibilidade de a nova medida inviabilizar a assinatura com esse bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, a caminho da entrada, Bolívia.
“O lado brasileiro não gosta, mas deixamos bem claro que essa é uma das condições (…) Precisamos dessas proteções para nossos agricultores “, disse ele.

Sobre a regulamentação europeia que proíbe a importação de produtos de áreas desmatadas a partir de 2021, Hansen disse estar confiante de que o Brasil conseguirá se adaptar a tempo para a entrada em vigor da regulamentação em dezembro.
Segundo o comissário, será “fácil” para o país sul-americano, um gigante agrícola com muitos clientes internacionais, enviar produtos que cumpram a legislação para a UE e exportar aqueles que não cumpram para outros mercados “menos exigentes”.
O acordo UE-Mercosul criará a maior área de livre comércio do mundo quando entrar em vigor, com mais de 700 milhões de pessoas, e tem o potencial de aumentar ainda mais o comércio, avaliado em € 111 bilhões (cerca de US$ 129 bilhões) no ano passado.
Fonte: EFE Agro – Colaboração Jornalista Mauricio Picazo Galhardo












