Homem que testemunhou amigo mutilando patas de cavalo com facão alega inocência: ‘Fiquei sem reação’

O homem de 28 anos que testemunhou o amigo mutilando as patas de um cavalo com um facão, em Bananal, no interior de São Paulo, publicou um vídeo nas redes sociais na segunda-feira (19/08) alegando inocência e afirmando que não impediu o tutor porque ficou “sem reação”.

“Eu fiquei sem reação na hora, não soube o que fazer”, declarou Dalton de Oliveira Rodrigues Vieira, que foi ouvido na condição de testemunha pela Polícia Civil.

O caso de maus-tratos é investigado pela Polícia Civil, que apura se a mutilação ocorreu com o animal vivo ou morto. As imagens do ocorrido viralizaram nas redes sociais, com milhares de pessoas, inclusive famosos, cobrando justiça – leia mais abaixo.

Segundo a Polícia Civil, o homem que mutilou o cavalo é Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos. Ele é investigado por maus-tratos.

Ainda segundo a polícia, Andrey e Dalton são amigos. Em depoimento, os dois alegaram que o cavalo estava morto no momento da mutilação.

De acordo com o boletim de ocorrência, Dalton narrou no depoimento que o cavalo branco ficou cansado da cavalgada, parou de andar e deitou no chão, ficando com a respiração fraca até cessar por completo.

Nas redes sociais, Dalton publicou um vídeo narrando o ocorrido e explicando que começou a gravar o animal apenas para mostrá-lo no chão e que não soube o que fazer quando viu o amigo mutilando o cavalo.

“Infelizmente, eu estava junto. Eu não consegui fazer nada. Eu gravei o vídeo pra mostrar que o animal estava caído. Ninguém, em nenhum momento, debochou do animal, ninguém fez nada”, afirmou Dalton no vídeo publicado nas redes.

“Ele (Andrey) só pediu pra gravar o vídeo para o pai dele, só que depois disso, infelizmente, ele foi e fez isso aí (mutilação), sem necessidade nenhuma. Eu fiquei sem reação na hora, não soube o que fazer”, completou Dalton na publicação.

O caso foi registrado como prática de ato de abuso a animais, com agravamento pela morte do animal e segue sendo investigado. Até o momento, ninguém foi preso.

g1 entrou em contato com Andrey, que não quis se manifestar sobre o caso.

Famosos cobram justiça

Famosos como a cantora Ana Castela, a ativista Luisa Mell e a atriz Paolla Oliveira saíram em defesa do animal nas redes, cobrando que as autoridades investiguem o caso e que os responsáveis sejam punidos.

A boiadeira Ana Castela, que é do interior do Mato Grosso do Sul e é apaixonada por cavalos, usou o Instagram, rede social na qual acumula 16,3 milhões de seguidores, para expor o caso e cobrar justiça.

Na rede social, Ana classificou o ocorrido como uma covardia e pediu apoio popular para o caso ganhar repercussão e chegar até as autoridades.

A ativista Luísa Mell, engajada na luta contra os maus-tratos aos animais e conta com 4,1 milhões de seguidores, também fez uma postagem cobrando justiça.

No post, Luísa mostrou indignação, chamando quem mutilou o animal de “monstro” e “covarde”. “Monstros! Como pode gente? Pelo amor de Deus! Exigimos punição! Estes covardes têm que pagar! Cortaram as patas de um cavalo! Vamos pressionar! Não se calem!”, disse a ativista nas redes.

A atriz Paolla Oliveira, que está atuando na novela Vale Tudo e soma mais de 38 milhões de seguidores no Instagram, viu a postagem de Luísa Mell e também prestou apoio.

Imagem viralizada mostra cavalo branco caído no chão antes de mutilação em Bananal, SP. — Foto: Reprodução/Redes sociais

Imagem viralizada mostra cavalo branco caído no chão antes de mutilação em Bananal, SP. — Foto: Reprodução/Redes sociais

O caso

Segundo a Polícia Civil, os policiais receberam denúncias de que o tutor do cavalo teria cortado as patas do animal após uma cavalgada na zona rural da cidade, no último sábado (16/08). Após a repercussão do caso, na segunda-feira (18/08) a polícia ouviu o tutor do cavalo, de 21 anos, e uma testemunha.

Consta no boletim de ocorrência que, em depoimento, a testemunha afirmou que ele e o tutor estavam em uma cavalgada, cada um com um cavalo, quando o cavalo branco ficou cansado, parou de andar e deitou no chão.

Segundo o boletim de ocorrência, o homem investigado pelo crime é Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos.

O boletim narra ainda que, aos policiais, ele alegou que imaginou que o cavalo já estava morto no momento em que desferiu o golpe contra as patas do animal. O g1 entrou em contato com Andrey, que não quis se manifestar sobre o caso.

A testemunha afirmou que, nesse momento, o tutor do cavalo branco disse: “se você tem coração, melhor não olhar” e em seguida o jovem tirou um facão que estava na cintura e desferiu um golpe na pata do animal, cortando-a.

Diante da situação, a testemunha disse que passou mal e foi embora do local sem o tutor, sem saber o que aconteceu a seguir.

O tutor do animal foi localizado pela polícia e também prestou depoimento. Segundo o boletim de ocorrência, o jovem confirmou que mutilou o animal com o facão, mas ele alegou que o animal já estava morto quando fez isso.

O que fazer em casos de maus tratos a animais?

Por meio de nota, a Prefeitura de Bananal disse que tomou conhecimento das imagens que circulam nas redes sociais envolvendo um cavalo vítima de maus-tratos e que trabalha com a polícia para o caso ser investigado.

“Assim que fomos informados, encaminhamos o caso imediatamente à Delegacia de Polícia e Polícia Ambiental para apuração dos fatos, identificação e punição dos responsáveis. A Prefeitura repudia qualquer ato de crueldade contra os animais e reforça seu compromisso em zelar pelo bem-estar de todos, trabalhando em conjunto com os órgãos competentes para que casos como este não fiquem impunes”, disse a prefeitura em nota.

Fonte: g1

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