Uma idosa de 63 anos, moradora de Presidente Prudente (SP), levou um prejuízo de R$ 3,2 mil ao cair em um golpe praticado por um homem que se identificou à vítima, através do aplicativo WhatsApp, como um “guerrilheiro” do Iêmen, no Oriente Médio.
O caso de estelionato foi registrado pela própria vítima, na tarde desta sexta-feira (14), na Delegacia Participativa, e é investigado pela Polícia Civil. De acordo com as informações do Boletim de Ocorrência, a idosa contou que recebeu uma mensagem pelo WhatsApp de um homem com um perfil com número de identificação internacional da Nigéria, solicitando que a mulher o adicionasse aos seus contatos no aplicativo.
Na mensagem, segundo o relato apresentado pela idosa à Polícia Civil, o homem dizia que era integrante de uma guerrilha e que residia em um acampamento de guerra no Iêmen. Após adicionar o contato do suposto “guerrilheiro”, a idosa começou a trocar mensagens com o homem, desde setembro do ano passado, e ele passou a dizer-lhe que precisaria de dinheiro para sair do suposto acampamento de guerra no Iêmen para vir morar com ela em Presidente Prudente, porque estava “apaixonado” pela vítima.
Acreditando na história contada pelo suposto “guerrilheiro”, a mulher depositou o valor de R$ 3,2 mil em uma conta corrente indicada pelo golpista. No entanto, mesmo após o depósito, o homem continuou a pedir mais dinheiro, o que fez com que a vítima percebesse que havia caído em um golpe.
CONFLITO NO IÊMEN
Em novembro do ano passado, o governo do Iêmen, reconhecido pela comunidade internacional, assinou um acordo para compartilhar o poder com os separatistas, a fim de encerrar o conflito no sul do país devastado por uma guerra com várias frentes. Os dois lados formalizaram sua reconciliação em uma cerimônia na Arábia Saudita.
“Este acordo abrirá um novo período de estabilidade no Iêmen”, disse o príncipe herdeiro saudita, Mohamed Bin Salman, durante a cerimônia de assinatura do pacto, transmitida pela televisão. “É um dia feliz para a Arábia Saudita, já que os dois lados estão juntos”, acrescentou.
Anunciado no fim de outubro, o acordo previa a formação de um governo de 24 ministérios distribuídos “igualmente entre as províncias do norte e do sul do Iêmen”, permitindo o retorno à calma na parte sul do país e o retorno do poder à Aden, a maior cidade da região.
Em agosto de 2018, os separatistas do sul assumiram o controle de Aden, após lutas contra as tropas leais ao presidente Abd Rabbo Mansour Hadi. Até então, essas duas forças eram aliadas na luta contra os rebeldes xiitas houthis.
APOIO DOS PRÍNCIPES
Além de Mohammed Bin Salman, da Arábia Saudita, o príncipe Mohammed Ben Zayed, dos Emirados Árabes Unidos, presenciou a assinatura do pacto. Os dois homens fortes na região encerraram uma crise embaraçosa para seus dois países, já que Riad defende o campo legalista no Iêmen, enquanto os Emirados Árabes Unidos estão do lado dos separatistas do sul.
O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iêmen, Martin Griffiths, parabenizou ambas as partes pelo acordo que, em sua opinião, estimula os esforços para acabar com a guerra civil que devastou o país.
“A assinatura deste acordo é um passo importante em nossos esforços coletivos para avançar em direção a uma solução pacífica do conflito no Iêmen”, afirmou Griffths em um comunicado.
O acordo, contudo, não diz respeito aos rebeldes houthis do Iêmen, que ainda controlam vastos territórios, incluindo Sanaa, a capital.
Fonte: G1