Independência questionável

“…Brasil gigante e independente permanece na retórica nacionalista e no sonho e na esperança…”       

Depois de 203 anos da proclamação da independência do Brasil, justamente pelo filho do rei de Portugal, país que manteve o país sob domínio por mais de 300 anos, a autonomia como nação livre e de fato independente ainda é duvidosa diante da condição de subserviência a outros países mantida ao longo deste meio milênio de história.

Como exportador de matéria prima mineral e de produtos agrícolas sem qualquer manufaturamento, e comprador de máquinas e insumos para a indústria e a agricultura, o Brasil incipiente se mantém como de terceiro mundo ou, apenas, em desenvolvimento.

Junto à precariedade da indústria, menor setor de atividade do país, muito atrás dos serviços, do comércio e da agricultura, soma-se a enorme desigualdade social que afeta grandes contingentes populacionais, o reduzido acesso à educação, a falta de formação profissional e, principalmente, as deficiências na saúde, na habitação e na segurança.

Sem os requisitos básicos para alavancagem do desenvolvimento econômico e social, ficamos condenados à condição de pobreza mesmo com as grandes riquezas de um país continental em região tropical, propícia para todas as atividades produtivas.

Outras características marcantes e negativas que mantemos ao longo do tempo é a cultura arraigada da corrupção, dos privilégios e da proteção aos ricos e poderosos, em contraponto ao abandono e ao descaso aos mais pobres, sempre relegados em seus direitos elementares.

Diante das injustiças mantidas em todos os períodos e em todos os governos, o Brasil gigante e independente permanece na retórica nacionalista e no sonho e na esperança da grande maioria dos brasileiros que trabalham, cumprem as leis e pagam impostos para garantia da manutenção do sistema perverso que se perpetua ao longo da história.

Para comprovar a tese da falta absoluta de patriotismo verdadeiro que de fato possa garantir a independência definitiva e real do Brasil, basta observar a reação das principais lideranças políticas e de grande parte do povo diante da intromissão do governo norte-americano em assuntos internos do país.

As ameaças e as medidas absurdas, de cunho meramente político e de chantagem, adotadas contra a economia e juízes brasileiros, que seriam abominadas em qualquer país subdesenvolvido do mundo, encontram o respaldo de maus brasileiros que comprovam a tese da nossa independência ainda muito questionável.

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Cláudio Pissolito

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