Após quase sete anos de espera por um transplante, os irmãos Jorge Mansano, de 63 anos, e Sérgio Mansano, de 67, de Maringá, no norte do Paraná, ganharam rins de um mesmo doador e foram transplantados no mesmo dia.
Os dois são portadores da Doença Renal Policística de Adulto Autossômica Dominante (DRPAD), uma patologia hereditária, que inclusive já acometeu outros membros da família deles. Saiba mais abaixo.
Como são irmãos, a condição genética parecida fez com que os dois estivessem aptos a receber a doação de rins de um mesmo doador – que teve morte encefálica e a doação autorizada pela família. A cirurgia aconteceu no dia 10 de julho, na Santa Casa de Maringá.
Jorge contou que começou a sentir os sintomas da doença aos 40 anos. Com a evolução do quadro, aos 58 ele precisou passar pela hemodiálise. Ele e o irmão realizavam semanalmente o procedimento, três dias da semana, na Santa Casa.
Foram cerca de sete anos de espera para o Sérgio, que estava na 4ª posição na fila do transplante, e seis anos para o Jorge, que estava na 6º.
Morador da área rural de São Jorge do Ivaí, Jorge viajava todas às segundas, quartas e sextas para Maringá, a cerca de 50 quilômetros de distância, para fazer o tratamento. Em um dia, ele estava trabalhando na roça quando ouviu do sobrinho o recado de que iria receber o rim, mas até então, não havia a informação de que o irmão também seria transplantado.
“Meu sobrinho gritou lá de cia do morro: ‘É pra você ir pra Maringá, pois você foi contemplado e vai receber um rim’. Eu corri, larguei minhas ferramentas na roça, fui para casa, arrumei minhas coisas e fui para Maringá. […] Eu estava cochilando na maca quando a doutora me chamou e falou: ‘Jorge, você vai ser transplantado de madrugada e o outro rim foi para o seu irmão’. Foi uma alegria total”, lembrou Jorge.
Para Sérgio, a espera também não foi fácil. Ele conta que chegou a considerar a possibilidade de que ele e o irmão pudessem ser contemplados juntos por um transplante, mas não esperava que isso pudesse se tornar realidade.
“Ganhamos o rim do mesmo doador, isso é muito bacana. Jamais imaginava que pudesse acontecer. Um dia conversei com o médico e falei: ‘Doutor, seria bom se eu e meu irmão conseguisse fazer um transplante junto’. Hoje isso deu certo, parece que estava preparado”, contou Sérgio.
Fonte: g1