O termo “jabuticaba”, em analogia à fruta só encontrada no Brasil, serve para designar as aberrações existentes em nosso país e cometidas em contraponto ao que se pratica no restante do mundo. Entre as muitas jabuticabas nacionais, temos os deputados e senadores mais caros do Planeta, membros do Judiciário e do Ministério Público com benefícios absurdos como auxílio creche, até para quem não tem filhos, auxílio moradia, até para quem tem casa própria, e para ambos os cônjuges que vivem juntos em casa própria, entre inúmeros absurdos que indignam qualquer ser de bom senso, menos os seres beneficiados.
Recentemente, alguns representantes do Ministério Público, que certamente não representam a média do pensamento da classe, sugeriram que a categoria, por trabalhar com o público, seja incluída como prioritária para receber a vacina contra a Covid, que sequer começou a atender médicos e enfermeiros, indicando a ânsia desmedida por privilégios que afeta muitas instituições. Assim, as benesses do Estado são divididas entre aqueles que detém mais poder, sempre em detrimento dos que mais necessitam.
A nova polêmica é o reconhecimento pelo Judiciário de que direitos trabalhistas contidos na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho -, sejam estendidos a políticos, precisamente vereadores. Considerando que os direitos e benefícios de políticos e autoridades jamais serão estendidos a trabalhadores que tem muito mais obrigações do que vantagens, o entendimento já se mostra tendencioso, como uma porta para outras benesses, pelo ditado de que “porteira que passa boi passa boiada”. Com base nesse entendimento, alguns vereadores estão acionando seus Municípios em busca de “reparação” devido ao não recebimento do 13º salário e, pasmemos, de férias com abono.
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