O jovem João Marcelo Novaes dos Santos, de 23 anos, morreu às 2h30 de sexta-feira (08/03) depois de nove dias de internação no NAR do Hospital Regional de Assis. Segundo amigos, ele sofreu ferimentos graves durante abordagem da Polícia Militar, depois de perseguição em dia 29 de fevereiro na avenida Vereador David Passarinho, na Vila Prudenciana.
Segundo declaração do amigo Paulo Scarduelli ao AssisCity, João teria pego a moto de um amigo para dar uma volta, no momento em que recebeu sinal de parada da equipe policial. “Nós reconhecemos que ele errou, deu fuga na polícia, mas logo desistiu. Quando João está caído no chão eles começaram a bater demais nele, deixando ele largado”, disse.
O Portal AssisCity teve acesso a uma câmera de segurança, que mostrou o momento em que João estava em fuga e acabou perdendo o controle da moto, caindo entre a rua e a calçada da Praça da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Logo em seguida, três policiais chegaram e foram para cima do jovem para contê-lo. O rapaz estava no chão quando foi cercado pelos policiais durante a abordagem.
Na versão do amigo, uma vizinha de João passava pelo local no momento e pediu para que a polícia parasse de agredi-lo. “Ela avisou a mãe de João, que levou ele para a UPA”. Já no boletim de ocorrência, conforme o AssisCity, a informação é de que a própria PM acionou o SAMU para socorrer o rapaz, que foi encaminhado para a UPA e posteriormente para o NAR.
Paulo contou ainda ao AssisCity que João teve ferimentos graves no fígado. “O fígado teve diversos danos devido aos chutes que ele levou, ainda na UPA ele teve uma parada cardiorrespiratória e depois foi intubado no NAR, o rim dele parou e já estava fazendo hemodiálise e hoje não resistiu”, relatou.
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PEDINDO JUSTIÇA – João Marcelo tinha 23 anos e morava com os pais Marcelo dos Santos e Fernanda Novaes. Ele também deixou três irmãos. O corpo do jovem foi sepultado no sábado (09/03) no Cemitério Municipal de Assis. Após os funerais, familiares e amigos foram até a praça da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Complexo Prudenciana, para pedir justiça para o caso do rapaz.
Cerca de 80 pessoas estiveram no local em clima de comoção. Faixas e bexigas foram penduradas nos postes e árvores da praça. Também houve a apresentação de uma placa com os dizeres “Justiça por João Marcelo”, que foi exposta no meio da Avenida Vereador David Passarinho.
Conforme reportagem do G1, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Assis, órgão da Polícia Civil, vai investigar o caso para esclarecimento dos fatos. O governo destacou ainda que, paralelamente, a Polícia Militar abriu sindicância interna para avaliar a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência.
BATALHÃO – Três dias após a morte de João, o 32º Batalhão de Polícia Militar de Assis, emitiu uma nota à imprensa sobre a conduta policial utilizada na abordagem realizada durante a abordagem ocorrida após a perseguição ao jovem dia 29 de fevereiro.
Segundo a nota, no dia 29 de fevereiro de 2024, por volta das 14:30h, uma equipe de PM realizava patrulhamento pela rua Arminda Nery Servilha e constatou que o condutor de uma motocicleta Honda CG FAN 160 passou a se equilibrar em apenas uma das rodas (“empinar”), fato este que motivou os policiais a emitir ordem de parada. “Entretanto, o condutor não acatou a ordem legal emanada e iniciou fuga em alta velocidade por diversas ruas. Durante a tentativa de acompanhamento e cerco do veículo, no cruzamento da Rua Maria Alice de Carvalho com a Av. Davi Passarinho, o condutor da motocicleta, sozinho e sem nenhum contato com qualquer viatura policial-militar, acabou por perder o controle do veículo e cair ao solo. Em seguida se levantou e foi contido pelas equipes policiais-militares”, diz trecho do relato.
“Em razão da queda o condutor sofreu lesões externas e, após se acalmar, também se queixou de dores internas, razões que motivaram o acionamento de socorro médico no local, sendo então socorrido pela Unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do município de Assis.“
A Polícia Militar do Estado de São Paulo sempre atua de forma a preservar vidas. Todas as ações estão sendo apuradas, a fim de que os fatos sejam elucidados”, completou a nota do comando do 32º Batalhão de Assis.
Com informações do AssisCity e do G1