Juiz mantém transferência de professor que matou diretor da UENP

O juiz Ernani Scala Marchini, da Vara Criminal de Cornélio Procópio, manteve nesta segunda-feira (14) a transferência do professor Laurindo Panucci Filho do Centro de Detenção Provisória, em Caiuá (SP), para a cadeia pública do município do Norte Pioneiro. O docente é acusado de matar com cinco golpes de uma machadinha o então diretor do campus da UENP (Universidade Norte do Paraná), Sérgio Roberto Ferreira, 60 anos. O crime ocorreu na noite de 20 de dezembro na sede da instituição de ensino. O réu fugiu, mas terminou preso pela Polícia Civil em Teodoro Sampaio na madrugada seguinte. Desde então, encontra-se no interior de São Paulo.

A defesa pediu que Panucci Filho não viesse para Cornélio “porque, neste momento, não seria adequada tendo em vista a alegação de comoção publica alegada pela própria polícia e noticiada pela imprensa local”. O advogado Diego Moreto Fiori escreveu na petição que “o acusado não se sente seguro na delegacia por vários motivos particulares. Saliento que ele possui mestrado, doutorado e não é nenhum criminoso nato. Por ter formação superior, deve aguardar o julgamento separado dos outros detentos”.

Segundo Fiori, “é notório que no Brasil e no Paraná, as cadeias estão superlotadas, com escassez de vagas e principalmente tomadas por criminosos filiados a grupos perigosos, como o PCC”. Porém, para o magistrado, “a comoção social e a gravidade do crime” não impedem a transferência. Procurado pela FOLHA, o defensor não quis se manifestar.

 

O crime

jornal da comarca polícia, região

Sérgio Roberto Ferreira foi assassinado aos 60 anos

Laurindo Panucci Filho está respondendo por homicídio triplamente qualificado (uso de meio cruel, motivo fútil e meio que dificultou a defesa da vítima). Segundo o delegado-chefe da 11ª Subdivisão Policial (SDP), João Manoel Garcia, a conclusão é de que ele não teve a ajuda de mais ninguém para cometer o crime. “Planejou e executou tudo sozinho, por isso é o único autor. Não há dúvidas de que também foi premeditado, até porque o acusado ligou para a vítima marcando um encontro na própria universidade, onde tudo aconteceu”, esclareceu.

Ferido, Ferreira chegou a ser encaminhado até a Santa Casa de Cornélio, mas morreu no hospital. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) detectou cinco perfurações na cabeça.

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