Justiça pede que governo de SP instale ar-condicionado em salas de aula de escolas públicas

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou na segunda-feira (10/03) que a Prefeitura de São Paulo e o governo estadual se manifestem em um prazo de dez dias úteis sobre a viabilidade de colocar ar-condicionado ou climatizador nas salas de aula da rede pública. O prazo vence em 21 de março.

São Paulo é um dos piores estados do Brasil em relação à climatização das salas de aula. Segundo estudo do Centro de Inovação para a Excelência em Políticas Públicas (CIEPP), apenas 2,7% delas contam com ar-condicionado ou climatizador.

A Justiça foi acionada pela bancada feminista do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e por parlamentares de mandatos coletivos na Câmara de São Paulo.

Na ação, eles pedem que a Justiça obrigue as administrações públicas a adaptarem as escolas para enfrentar o clima extremo — por meio de ventiladores, aparelhos de ar-condicionado, arborização, entre outras medidas.

Procurado, o governo estadual disse que “trabalha na ampliação da climatização em toda a rede estadual”. A Prefeitura de SP disse ter recebido a notificação por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME) e que responderá dentro do prazo estabelecido. (Leia as notas completas ao final.)

Debate no parlamento

tema tem ganhado espaço nas discussões entre os parlamentares. Atualmente, existem três projetos de lei com a proposta da obrigatoriedade de ar-condicionado ou climatizador nas salas de aula.

Os projetos de lei, inclusive, partem de partidos distintos entre si: há um de autoria do deputado Emídio de Souza (PT), outro do deputado Vitão do Cachorrão (Republicanos) e um terceiro do deputado Tenente Coimbra (PL).

Há também um outro projeto da deputada Paula da Bancada Feminista (PSOL) sobre a criação de um Programa de Enfrentamento das Ondas de Calor Extremo, com ações em escolas e outros prédios de administração pública.

Segundo os projetos, a climatização nas escolas passou a ser uma necessidade vital com o aumento das temperaturas nos últimos anos.

O que diz o Estado de SP

Abaixo, leia a íntegra da nota do governo estadual:

“O Estado de São Paulo ainda não foi intimado da decisão e está à disposição do órgão.

O Governo de SP trabalha na ampliação da climatização em toda a rede estadual. Foram investidos R$ 350 milhões em reformas para adequação da infraestrutura elétrica, além da compra e instalação de equipamentos de ar-condicionado.

Em 2023, apenas nove unidades contavam com ar-condicionado em todas as salas de aula. Hoje, esse número subiu para 736, ou seja, um aumento de mais de 80 vezes. Até o fim do ano, mais 320 escolas serão beneficiadas, totalizando mais de mil unidades climatizadas e em pleno funcionamento.”

A Prefeitura diz que:

“Por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), recebeu a notificação do pedido de informações e responderá dentro do prazo estabelecido.

Desde 2020, foram investidos mais de R$ 2,3 bilhões nas unidades educacionais, por meio do Programa de Transferência de Recursos Financeiros (PTRF). Com a verba do PTRF, as escolas municipais possuem autonomia para aquisição de equipamentos de refrigeração de ambiente.

Ainda para minimizar o efeito das mudanças climáticas, a SME possui iniciativas de adequação de rotina dos alunos para os dias quentes como adaptação das atividades de educação física ao ar livre e recomendações sobre hidratação e roupas adequadas, além do Programa Saúde na Escola (PSE), que oferece orientações adicionais e realiza ações preventivas em parceria com as Unidades Básicas de Saúde. Para melhorar as estratégias de implantação de refrigeração nas escolas, a pasta ainda dialoga com a Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).”

Fonte: g1

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