Duas mulheres, de 18 e 42 anos, foram presas em flagrante, na madrugada de terça-feira (16/01), por injúria racial contra o segurança de uma conveniência, de 34 anos, e uma cliente do estabelecimento, de 28 anos, na Vila São Jorge, em Presidente Prudente (SP).
Conforme o Boletim de Ocorrência, o homem relatou que estava trabalhando no local e havia recebido orientação do patrão para que não permitisse a presença da mulher de 42 anos no estabelecimento, pois ela havia pedido demissão recentemente e “estava arrumando confusão com outros funcionários”.
Durante a madrugada, a mulher chegou na conveniência e o segurança disse que ela não poderia entrar. Ela insistiu, dizendo que compraria “apenas um cigarro”, porém o homem reafirmou que a mulher não poderia entrar.
O segurança relatou ainda que a envolvida passou a proferir termos ofensivos, entre eles “macaco”. Na sequência, ela saiu do local, retornou após cinco minutos e passou a ofender o homem novamente.
A mulher saiu da conveniência uma segunda vez e retornou com a filha. Segundo o documento policial, as duas começaram a ofender o segurança e usaram os termos “macaco” e “você é macaco mesmo”.
O homem disse que uma cliente da conveniência, que também é negra, questionou as mulheres sobre as ofensas. Elas passaram a ofendê-la.
A cliente da conveniência relatou à Polícia Civil que quando chegou no local já estava ocorrendo o desentendimento e foi informada pelo segurança que as mulheres haviam proferido termos racistas. A mulher questionou a dupla sobre os xingamentos e afirmou que a jovem disse “você é macaca também”.
Uma testemunha, de 18 anos, afirmou que após a mulher ser barrada de ingressar no estabelecimento, ela começou a ficar alterada. O segurança afirmou que iria acionar a polícia e a envolvida disse “então, você chama seu macaco”.
A envolvida, de 42 anos, confirmou à Polícia Civil que realizou a ofensa racial, alegando que foi até a conveniência para comprar cigarro, porém foi barrada pelo segurança. A mulher também disse que entrou em discussão com ele e foi ofendida. Além disso, “por ser nervosa, acabou ofendendo ele de macaco”.
Na sequência, ela voltou para casa e sua filha disse que poderiam comprar o cigarro em outro local. A mulher afirmou ainda que o percurso para o Centro da cidade passa em frente à conveniência e percebeu que o segurança estava filmando ela e sua filha, momento em que a jovem disse “você está no seu serviço, mas na rua a gente vai conversar”. Ela negou ter proferido novas ofensas e afirmou que sua filha não proferiu ofensas raciais.
Por fim, a envolvida de 18 anos negou a injúria racial. Ela alegou que tem ansiedade e não consegue ficar sem cigarro. Além disso, após sua mãe voltar para casa e dizer que foi impedida de entrar na conveniência, ela sugeriu que fossem comprar na rodoviária e passaram em frente ao estabelecimento comercial, do outro lado da rua.
A mulher disse ainda que foi agredida por uma outra mulher e afirmou ter proferido “vários nomes”, porém nega ter usado termos raciais. Ela também negou ter ofendido o segurança com termos raciais.
O delegado responsável pelo caso decretou a prisão em flagrante das duas mulheres pelo crime de injúria racial e elas permaneceram à disposição da Justiça.
Fonte: g1