Mais escola, menos crime

A grande maioria das escolas públicas brasileiras iniciaram o ano letivo nesta semana, após o carnaval, e muitas delas só retomam as aulas de fato na segunda-feira, para evitar a semana quebrada pela metade e interromper a programação de lazer de alunos, pais e professores.

Em contrapartida, a grande maioria das escolas particulares, de acesso às camadas mais abastadas da população, já estão funcionando há no mínimo duas semanas, garantindo assim, além do ensino de melhor qualidade, com mais recursos pedagógicos e com menos alunos por sala de aula, também um período mais longo de aulas.

As diferenças entre o ensino público e o particular, muito mais favorável ao segundo, fazem também a diferença no resultado final da formação dos alunos e, consequentemente, na continuidade dos estudos ou na condição de enfrentamento da disputa pelo mercado de trabalho.

Enquanto os mais ricos concluem os estudos iniciais nas escolas particulares e alcançam condições de disputar vagas nas universidades públicas, que são gratuitas, os mais pobres dificilmente chegam à formação superior devido ao custo elevado das faculdades particulares, as únicas a que terão acesso devido ao baixo aprendizado nos anos iniciais.

“…pobres que chegam à universidade precisam trabalhar de dia e estudar à noite…”

Reproduzindo a desigualdade verificada desde a educação básica até o ensino médio, também no ensino superior se verificam mais injustiças ao privilegiar aqueles que frequentaram as escolas particulares e que poderão estudar nas melhores universidades em cursos diurnos e mais tempo para estudo e pesquisa.

Os poucos mais pobres que chegam à universidade precisam trabalhar de dia e estudar à noite, enfrentando dificuldade para assimilar o conteúdo e sem tempo para descansar, cumprir atividades complementares, praticar esportes e se dedicar a seus hobbies.

Considerando que a degradação social que se verifica, com o aumento exponencial do consumo de drogas e da criminalidade, e que a educação e o conhecimento são as principais ferramentas para a promoção social, educacional e profissional, comprova-se que é preciso rever com urgência a questão da prioridade da qualidade e do acesso ao ensino.

Afinal, se até os anos de 1970 eram as escolas públicas as de melhor qualidade de ensino oferecida, fica comprovado que os governos atuais deixam a desejar no principal quesito da formação da cidadania, que pode reverter o desemprego, melhorar a economia e até reduzir a criminalidade.

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Cláudio Pissolito

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