Mecanismo da corrupção

“…o que se faz é legalizar as falcatruas para torna-las legítimas…”

A famosa frase: “Fundo eleitoral é dinheiro que será roubado de você para você eleger quem vai te roubar”, que viralizou nas redes sociais recentemente, é retrato fiel do que acontece nesta campanha política bancada com recursos públicos que deixam de ser investidos na educação, na saúde e em outras áreas essenciais.

Para quem não sabe, o Fundo Eleitoral disponível aos quase 30 mil candidatos nas eleições estaduais e nacionais deste ano chega próximo a R$ 5 bilhões, valor suficiente para atender muitas necessidades do povo, mas usado para propaganda política e em muitos desvios.

Além da fortuna retirada dos pagadores de impostos para financiar campanhas sujas e mentirosas de muitos corruptos de ficha suja, o uso dos recursos também teve suas regras abrandadas para facilitar a vida e até o enriquecimento dos partidos, de seus dirigentes e de candidatos mal intencionados.

Entre outros absurdos, com a verba do fundo eleitoral é possível adquirir imóveis para a sede dos partidos, comprar passagens aéreas e alugar veículos e até helicópteros, sem qualquer controle dos órgãos especializados, pois mesmo se tratando de recursos públicos, a prestação de contas é feita à Justiça Eleitoral.

Assim como o Mensalão do governo Lula foi substituído pelo Petrolão no governo Dilma, no governo Bolsonaro foram substituídas a Odebrecht e a JBS, entre outras empresas financiadoras de políticos, pelo Fundo Eleitoral transformado em caminho bancado pelo povo para que os políticos disputem o poder sem usar recursos pessoais.

Portanto, em vez de coibir os crimes praticados contra o erário, o que se faz é legalizar as falcatruas para torna-las legítimas do ponto de vista jurídico, para que os políticos continuem ilesos e seus patrimônios pessoais se multipliquem a cada eleição sem questionamentos.

Assim caminha a atividade política no Brasil, despertando as grandes paixões que dividem o país entre adeptos de apenas dois grupos que são considerados como de esquerda e de direita, mas que de fato representam apenas os interesses do centro, aquele que cobra aluguel pesado de qualquer ocupante da cadeira presidencial.

Portanto, apenas aqueles que fazem composição com os verdadeiros donatários da nossa pátria mãe gentil, sempre tão subtraída, é que conseguem formar as grandes coligações que de fato irão disputar o poder corrompido para a manutenção do mecanismo da corrupção que se eterniza.

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Cláudio Pissolito

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