MEMÓRIA: Marilene Galvão, que morreu aos 80 anos, foi homenageada na Câmara de Palmital e concedeu entrevista ao JC em 2005

A cantora Marilene Galvão, que nasceu em Palmital e morreu no último 24 de agosto, foi homenageada pela Câmara Municipal em 2005. Ela sofria de mal de Alzheimer e, desde o ano passado, havia deixado de cantar e tocar viola com a irmã Mary, com quem manteve a dupla “As Galvão” por mais de 70 anos. 

Marilene formou uma das duplas de sucesso mais longevas da música sertaneja nacional e emplacou grande número de sucessos em 80 discos lançados. Em 2 de dezembro de 2005, As Galvão estiveram em sessão solene na Câmara Municipal para receber títulos outorgados pelo Legislativo palmitalense, por meio de projeto de autoria dos vereadores Carmem Machado Negrão, Francisco de Souza, Cássia Scalla Tirolli e Mauro Sérgio de Amorim.

Marilene, que é nascida em Palmital, recebeu o título de Cidadã Benemérita. Mary Galvão, nascida em Ourinhos, recebeu o título de Cidadã Palmitalense. A cerimônia foi presidida por Mané Eugênio aconteceu no plenário Alcides Prado Lacreta, onde estavam presentes  o então prefeito Nardão, a primeira-dama Ana Elisa, a vice-prefeita Ismênia Mendes de Moraes, vereadores e convidados.

A homenagem teve como justificativa a proximidade das comemorações dos sessenta anos de vida artística da dupla que levou o nome de Palmital para todo o Brasil. As irmãs, que conviveram com a comunidade palmitalense e fizeram amizades na cidade, são sobrinhas de dona Inocência Galvão, parteira muito conhecida no município.

ENTREVISTA – Marilena e Mary receberam o jornalista Cláudio Pissolito no Oriente Palace Hotel. As irmãs receberam o exemplar do JORNAL DA COMARCA, de maio 1995, com a cobertura do primeiro show realizado por elas em Palmital durante a comemoração do Dia do Trabalho. As cantoras ficaram emocionadas com as lembranças e pediram que fossem enviados exemplares da edição com a homenagem para os arquivos da história artística da dupla.

JC – Qual a importância do título de Cidadã Palmitalense para você?

MARY – Uma das coisas mais gratificantes que recebi. A minha irmã, Marilene, nasceu em Palmital e passamos boa parte de nossa infância aqui na casa da tia Inocência. Então, Palmital me reconhecer como Cidadã é uma das coisas mais felizes da minha vida, é como se estivesse recebendo um Oscar ou um Grammy. É muito importante.

JC – E para você Marilene, como é receber o Título de Cidadã Benemérita?

MARILENE – A minha emoção é até maior que a da Mary, pois eu nasci aqui e voltar para cidade e reencontrar os amigos que deixamos foi muito gratificante. Fiquei muito feliz quando fomos avisadas. Qualquer pessoa que é homenageada dessa forma é muito emocionante.

JC – Quais as lembranças que vocês têm da infância em Palmital?

MARY – Temos muitas lembranças. Particularmente tenho uma amiga em Palmital, a Daity Nascimento, que nasceu no mesmo dia que nasci e, todo ano nos falamos. Brincávamos de cirquinho no quintal da casa da tia Inocência. O ingresso para nosso cirquinho era cobrado em palitos de fósforos. Engraçado que, há poucos dias, quando nos avisaram sobre a homenagem, voltou tudo à minha mente. Só que até hoje eu não sei o que foi feito com a renda. (risos)

JC – Em quais cidades vocês já receberam esse tipo de homenagem?

MARILENE – Recebemos o Título de Cidadãs de Paraguaçu Paulista, onde começamos a nossa carreira profissional, e de Assis, onde também moramos.

JC – Quais são os projetos para a carreira?

MARILENE – Projetos nós temos vários, alguns se realizam, outros não. Estamos preparando um novo CD e um DVD também. Acho que o artista sempre espera uma emoção.

MARY – Quando começamos, gravamos um disco em 78 rotações e agora estamos partindo para o DVD. Estamos chegando a 58 anos de carreira com um gênero musical muito machista e isso deve ser contado.

JC – Vocês sofreram algum tipo de preconceito?

MARILENE – Enfrentamos muito preconceito, mas hoje somos reconhecidas e muito respeitadas. Sofremos todos os preconceitos, principalmente por começarmos crianças. Mas depois, conseguimos conquistar o respeito pelo nosso trabalho na música sertaneja.

JC – Qual o motivo da mudança do nome da dupla?

MARY – Primeiro foi devido a numerologia. O resultado sugeriu que tirássemos o Irmãs Galvão e ficasse apenas As Galvão. Em segundo lugar, foi frescura mesmo. Artista tem dessas coisas mesmo.

JC – Como se sentem em Palmital?

MARY – Gostaria de dizer que me sinto honrada com esta homenagem. Isso está fazendo muito bem também para toda a família. Por isso, trouxemos nossa mãe para participar da festa. Esperamos também a torcida de todos os palmitalenses para que possamos chegar aos 60 anos de carreira fazendo uma festa maravilhosa e contando com a presença do povo de Palmital.

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