O aumento constante das temperaturas, como se comprova pelos registros históricos feitos pelos órgãos especializados, indica que as mudanças climáticas mais bruscas são decorrentes da ação do homem junto ao meio ambiente, seja poluindo ou destruindo os recursos naturais usados em larga escala. Não obstante aos argumentos dos negacionistas, que citam com certa razão as grandes alterações do clima havidas em todas as épocas, incluindo a Era do Gelo, não é possível ignorar a aceleração da interferência das atividades industriais, agrícolas e tecnológicas verificada nos últimos 100 anos.
Até o início do século passado, por exemplo, praticamente não existiam automóveis em circulação e, muito menos, aviões, navios e submarinos cruzando os ares e os oceanos, movidos pelos mais poluentes combustíveis derivados do petróleo, transformado em grande riqueza mundial. Junto à facilitação do transporte, houve enorme evolução da tecnologia de alimentos e medicamentos, que aumentaram a expectativa de vida das populações, assim como surgiram as máquinas e os equipamentos cujas produções exigem a exploração dos recursos minerais utilizando elementos químicos poluidores do ar, das terras e das águas.
“…aumento exponencial da população mundial, de 1,6 bilhão em 1900 para os atuais 8 bilhões…”
O aumento exponencial da população mundial, de 1,6 bilhão em 1900 para os atuais 8 bilhões, levou ao necessário crescimento da produção dos bens de consumo e dos bens duráveis, com expansão das áreas de exploração agrícola, de combustíveis e minérios e o consequente impacto ambiental. E, mesmo com a constatação científica de que a exploração dos recursos naturais passou a interferir no clima, as soluções apresentadas sempre foram de mais tecnologia para amenizar as condições extremas, com a produção de refrigeradores, aquecedores, condicionadores de ar e tantos outros equipamentos que suavizam as variações cada vez mais intensas.
Combatendo os efeitos nefastos das intempéries climáticas com a produção de mais equipamentos tecnológicos que exigem o aumento da exploração dos recursos naturais, embarcamos no chamado círculo vicioso de mais causar mais poluição para fazer crescer a oferta de bens duráveis que garantem a falsa qualidade de vida das pessoas. A cada nova criação desenvolvida para amenizar os efeitos da exploração dos recursos naturais à exaustão, reduzimos a capacidade de regeneração da natureza e transformamos o planeta em uma espécie de micro-ondas gigante.
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