Morre menino de 3 anos que estava internado com meningite na Santa Casa de Ourinhos

Faleceu, na manhã desta quarta-feira, 23, o pequeno Otávio Biussi Duarte, aos 3 anos, que estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos, após ser acometido por uma meningite bacteriana. A informação foi confirmada por pessoas próximas da família e pela própria Santa Casa de Ourinhos.

Otávio faria 4 anos no próximo dia 30 e teve o diagnóstico de meningite confirmado na última quinta-feira, 17, após a realização do exame de punção lombar, que consiste em extrair do canal vertebral uma amostra do líquido cerebrospinal (líquor) e submetê-la a exame laboratorial para identificar a presença da bactéria causadora da inflamação nas meninges.

Diante do quadro médico delicado do menino, familiares, amigos e diversas pessoas da comunidade realizaram correntes de oração todos os dias em frente a Santa Casa de Ourinhos.

Otávio passou mal no domingo, dia 13 de novembro, de manhã e foi levado ao hospital da Unimed, mas o caso se agravou e ele foi encaminhado à UTI da Santa Casa de Ourinhos, onde estava desde então intubado.

O garoto é morador do Jardim Oriental. A família ainda não divulgou informações sobre o seu sepultamento.

Caso suspeito

De acordo com informações, uma outra criança, de 4 anos e 7 meses, também está internada na Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos, com suspeita de meningite. Não há muitos detalhes sobre o caso. O menino é morador de Chavantes (SP) e aguarda exames. 

Um grupo de pessoas já pedem uma ação preventiva por parte do município para evitar mais casos.

De acordo com a Prefeitura de Ourinhos, as unidades de saúde oferecem a vacinação contra a meningite, tanto para crianças de 3 e 5 meses de vida, como também para crianças e adolescentes dos 11 a 14 anos.  

Crianças devem receber a vacina MENINGO C (contra meningite C) aos 3 e 5 meses + um reforço que é realizado com 12 meses.

Adolescentes devem receber a vacina MENINGO ACWY (contra meningite dos grupos A, C, W e Y) dose única na faixa etária de 11 a 14 anos.

Meningite bacteriana

A meningite bacteriana aguda é uma inflamação, que se desenvolve rapidamente, das camadas do tecido que cobrem o cérebro e a medula espinhal (meninges) e o espaço preenchido por líquido entre as meninges (espaço subaracnóideo) quando é causada por bactérias.

A bactéria mais comum causadora da meningite é a Neisseria meningitidis, também conhecida por meningococo. Outras bactérias também podem causar meningite, como a Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae tipo B.

Ao afetar as meninges, a bactéria causadora da meningite impede que o oxigênio seja levado às células do nosso organismo adequadamente. Essa disfunção pode causar sintomas graves e até mesmo levar o paciente ao óbito.

Os sintomas da meningite bacteriana envolvem forte dor de cabeça, rigidez na região da nuca e pescoço, febre, náusea, vômito, confusão mental e sensibilidade à luz.

Em pouco tempo, os sintomas da meningite podem evoluir para perda de alguns sentidos, desenvolvimento de gangrena nas extremidades do corpo (mãos, pés, braços e pernas), episódios de convulsão, delírios, tremores pelo corpo e até coma.

Especialmente em pessoas com sistema imunológico mais frágil, como crianças e idosos, os sintomas da meningite bacteriana podem se agravar muito rapidamente.

Em bebês e recém-nascidos, a meningite bacteriana pode se manifestar como letargia, pouca ou nenhuma responsividade a estímulos, vômito, irritabilidade, falta de apetite, reflexos anormais e fontanela protuberante.

Como se contamina

O meningococo, que é a principal bactéria causadora da inflamação das meninges, é transmitida por meio de secreções das vias respiratórias, pela saliva e pelo contato muito próximo com outra pessoa infectada.

A transmissão da meningite bacteriana não é algo muito fácil de acontecer. Porém, quando ocorre, pode acometer pessoas de diferentes idades, principalmente as crianças com menos de dois anos de idade e os idosos.

Outras bactérias causadoras da meningite bacteriana, como a Listeria monocytogenes e a Escherichia coli, podem ser adquiridas por meio de alimentos mal higienizados.

É muito difícil que contatos breves e casuais façam com que uma pessoa contamine a outra. O risco de contaminação é maior quando esse contato ocorre em lugares fechados e com grande aglomeração de pessoas.

Alguns cuidados podem ser implementados para evitar o contágio da meningite bacteriana. O principal deles é a higienização das mãos e dos alimentos.

Além disso, recomenda-se não compartilhar artigos de uso pessoal e manter os ambientes da casa sempre limpos e com uma boa circulação de ar.

Há também a vacina da meningite.

Vale lembrar que existem casos em que pessoas contaminadas com a bactéria causadora da meningite podem estar assintomáticas e assim transmitirem essa bactéria para outras pessoas.

Meningite viral

A meningite viral é a forma mais comum dessa doença, justamente pelo fato de o vírus ser mais transmissível do que a bactéria.

No entanto, apesar de não haver um tratamento específico para a meningite viral, os pacientes conseguem se recuperar sozinhos com mais facilidade tratando apenas os sintomas – os quais costumam ser menos graves que a inflamação das meninges por bactéria.

Os casos mais comuns de meningite viral ocorrem em crianças com menos de 5 anos de idade. A transmissão se dá, em sua maioria, por meio de saliva e fezes.

A época do ano em que se observa um aumento dos casos é no final do verão e início do outono. Os principais vírus causadores da meningite viral são:

Enterovírus;

  • Vírus do Herpes Simples (HSV);
  • Arbovírus;
  • Arenavírus;
  • Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).

Fontes: Passando a Régua / informações de https://blog.memed.com.br/meningite-bacteriana-tratamento/

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