O mistério que envolve o desaparecimento de uma criança de 8 anos que ocorreu em 2003 no município de Florestópolis, no norte do Paraná, pode chegar ao fim depois que uma mulher de 24 anos apareceu no município e afirmou se tratar da garota no último sábado (07/03). O caso foi reaberto pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), da Polícia Civil, e a jovem irá fazer um exame de DNA para comprovar que é Luana Oliveira Lopes.
De acordo com a delegada Patrícia Paz, que concedeu uma entrevista coletiva na tarde de terça-feira (10/03), a jovem foi criada por uma família no estado do Rio de Janeiro e desde cedo percebia indícios de que existia algo errado. Entre eles, até a adolescência ela foi criada somente por seu suposto pai, era obrigada a viver de maneira reclusa e impedida de frequentar a escola. Somente, após a morte do homem, há alguns anos, ela passou a viver com a avó e levar uma vida normal.
“Ela retornou ao estado do Paraná após suspeitar que poderia não ser da família com a qual viveu esses anos todos no Rio de Janeiro. […] Ele consegue informar somente depois dos 10 anos idade, quando desde então, ela começou a desconfiar que a sua família a tratava de um modo bastante estranho e, posteriormente, uma tia em seu leito de morte teria informado que ela não seria daquela família. O que levou ela a suspeitar mais ainda de que poderia ser vítima de algum tipo de crime”, explica Patrícia.
Desconfiada, a jovem passou a pesquisar o desaparecimento de meninas que coincidissem com suas características e idade, e se deparou com o caso do rapto da menina em Florestópolis.“A ideia de que poderia ser a Luana veio após ele chegar a conclusão, juntamente com esse depoimento de uma tia, de que ela poderia ser uma criança vítima de algum crime. Aí, através das redes sociais, ela conseguiu contato com um familiar da Luana”, conta ainda a delegada.
A polícia espera pelo resultado do teste de DNA para dar continuidade às investigações.“A medida a ser tomada agora é a realização do teste de DNA junto aos familiares da Luana que ainda residem no estado no Paraná. Fisicamente há semelhanças, mas somente o teste de DNA poderá comprovar”, diz Patrícia.
MENINA FOI LEVADA QUANDO BUSCAVA LEITE
Luana e o irmão, na época com 10 anos, viviam na área rural da cidade e no dia 16 de novembro de 2003 saíram de casa, por volta das 9h, para buscar leite na propriedade vizinha.
Segundo o boletim de ocorrência, o menino contou que durante o trajeto de aproximadamente 1.500 metros, onde eram obrigados a atravessar a rodovia que liga Florestópolis a Prado Ferreira, os dois foram abordados por um caminhoneiro e raptados assim que se aproximaram do veículo. Enquanto ele foi amarrado na carroceria do caminhão, Luana foi presa dentro da cabine.
Ainda conforme o relato, após se afastarem do local do sequestro, o suspeito parou o veículo, amarrou o menino em um matagal, agrediu brutalmente a criança e partiu levando Luana. Durante anos a família tentou encontrar Luana, seu irmão, inclusive, passou por uma sessão de hipnose para conseguir fazer um retrato falado do suspeito. No entanto, ninguém nunca foi identificado.
Fonte: RIC Mais