Na retrospectiva de 2020, o G1 reúne as notícias de maior destaque sobre a pandemia nas regiões de Bauru e Marília.
A pandemia da Covid-19 mudou todo o ano de 2020, especialmente a partir de março, quando a quarentena foi oficializada e os estados começaram as medidas de prevenção, entre elas, o isolamento social.
As mudanças foram tantas que até o astrólogo bauruense João Bidu virou meme por ter previsto, no fim de 2019, um 2020 mais leve.
Em meio aos números – casos confirmados e mortes pela Covid – tiveram muitas mudanças na rotina como o home office, as videochamadas, lives e os eventos drive-thru.
Superar a doença e receber alta do hospital viraram motivo de aplausos e comemoração não só do paciente, mas também das equipes hospitalares. Na segunda retrospectiva 2020, o G1 reuniu as principais notícias sobre a pandemia no centro-oeste paulista.
Notícias em tempo real
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Comércio sofreu restrições durante todo o ano por causa da pandemia — Foto: TV TEM/Reprodução
A pandemia trouxe a necessidade de informação sobre os casos registrados nas cidades e divulgados diariamente. Para facilitar o acesso dos internautas às informações o G1 publicou uma ferramenta de notícias em tempo real.
Nesse sistema, os moradores das 100 cidades das regiões de Bauru e Marília têm acesso aos boletins diários de casos e mortes por Covid-19, além do balanço geral das pessoas curadas da doença no centro-oeste paulista.
As publicações de decretos sobre as medidas restritivas e implantação do Plano SP no final de março, que dividiu o estado de acordo com os departamentos regionais de saúde e classificou fases – 1 (vermelha); 2 (laranja); 3 (amarela) e 4 (verde) – para retomada das atividades com restrições também foram destaques na cobertura da pandemia na região centro-oeste paulista.
A resistência do prefeito de Marília em seguir o plano decretado em março teve grande repercussão. A cidade iniciou o plano na fase laranja e logo depois foi para vermelha. Só em agosto Marília foi reclassificada na fase amarela onde permanece.
Em Bauru, o prefeito recebeu críticas dos comerciantes. O presidente do sindicato que representa os lojistas chegou até usar o episódio do assassinato de um cidadão negro nos Estados Unidos por policiais em postagem contra as medidas restritivas. A cidade também viveu um vai e vem das medidas restritivas e atualmente está na fase amarela.
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Sindicato usa palavras de George Floyd para pedir abertura de comércio em Bauru — Foto: Reprodução
Vidas perdidas
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Filhos gêmeos de grávida que morreu com Covid-19 após parto têm alta do hospital; casal é de Macatuba (SP) — Foto: Diego Rodrigues/Arquivo pessoal
No centro-oeste paulista, 1.388 pessoas perderam a batalha para Covid-19 até o dia 29 de dezembro. Muito além de só números, são histórias e sonhos que foram interrompidos, famílias que perderam entes queridos para a pandemia.
Em Macatuba, o Diego Rodrigues, de 24 anos, teve que aprender a ser pai de gêmeos sem a ajuda da esposa. Larissa Blanco tinha 23 anos e foi a segunda pessoa a morrer com Covid-19 na cidade. Ela morreu após complicações no parto dos filhos gêmeos, Guilherme e Gustavo, em junho desse ano.
A história do novo papai, torcedor fanático do Palmeiras, chegou até a diretoria do time da capital paulista que fez uma homenagem para ele e os gêmeos. No seu primeiro dia dos pais, Diego falou sobre os desafios de criar os filhos sem a esposa e da luta para construir a família que ela tanto sonhava.
A Covid-19 também mudou de forma trágica a vida de uma família em Marília. Em um intervalo de 15 dias, mãe e duas filhas morreram com a doença.
A idosa Benedita Aparecida de Souza Oliveira, de 74 anos e a filha Cleuza Aparecida, de 49 anos, morreram nos dias 3 e 2 de junho respectivamente, mas a confirmação da causa da morte só foi divulgada pela prefeitura no dia 9 de junho. Já a outra filha da paciente, Zélia Rosa de Oliveira, de 41 anos, morreu no dia 16 de junho.
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Rose e o pai testaram positivo para Covid-19 e ele morreu no dia 30 de julho em Marília — Foto: Rose Castro / Arquivo pessoal
Em um intervalo bem menor, de apenas 3 dias, a jornalista Rose Castro perdeu o pai e o tio. Quando o país chegou ao número de 100 mil mortes, a história da moradora de Marília fez parte de um especial produzido pelo G1 em homenagem as vítimas da Covid-19.
Rose também testou positivo para doença e teve que enterrar o pai, que tinha 81 anos, sem presença de familiares. Aposentada, ela morava com o pai e seguiam todas as medidas de prevenção e de isolamento social. Mas, o tio insistiu em visitá-los para comemorar o aniversário do irmão e não sabia que estava com Covid-19.
Antes de morrer com a doença aos 55 anos, o agente penitenciário Fernando Genaro Júnior publicou um desabafo na internet – “não é gripezinha” – alertou o morador de Reginópolis.
Fernando morreu em junho desse ano e foi a primeira vítima da Covid-19 na cidade. A filha do agente penitenciário contou que ele estava prestes a se aposentar e antes de morrer ligou para os familiares para se despedir.
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Agente penitenciário fez a postagem horas antes de morrer com Covid-19 — Foto: Facebook / Reprodução
Superação sob aplausos

Primeiro caso grave de Covid-19 em Bauru recebe alta sob aplausos após 11 dias na UTI
A esperança de vencer a pandemia ganhou reforço com as histórias de quem conseguiu superar a doença. A vitória sobre a Covid-19 foi comemorada pelas equipes médicas nos hospitais do centro-oeste paulista.
Sob aplausos. Foi assim que o primeiro paciente considerado grave da Covid-19 em Bauru deixou o hospital após 11 dias internado na UTI em abril desse ano. O empresário Cláudio Buzalaf, de 51 anos, ficou ao todo 21 dias internados e quando deixou o hospital após superar a Covid-19 recebeu a homenagem da equipe médica e dos familiares.
A moradora de Botucatu, Maria Aparecida Teixeira também foi aplaudida ao deixar o Hospital das Clínicas. Ela foi o primeiro caso positivo de Covid-19 registrado na cidade e ficou um mês internada.
Ela permaneceu entubada na ala da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 14 dias e comemorou com a equipe do hospital a superação da doença.
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Primeiro caso de Covid-19 em Botucatu ganha alta sob aplausos: ‘De 10 pessoas, só eu sobrevivi’ — Foto: Divulgação/Hospital das Clínicas de Botucatu
Outro vitorioso foi o socorrista do Samu, Renato Oliveira, morador de Santa Cruz do Rio Pardo. Ele pode voltar para casa após 34 dias de internação, sendo 22 dias de tratamento na Unidade de Terapia Intensiva e 20 deles entubado em coma induzido.
Renato recebeu alta no dia 27 de abril também sob aplausos da equipe do hospital. Fora do grupo de risco e sem doenças pré-existentes, Renato, que tem 35 anos, não imaginava que poderia desenvolver os sintomas mais graves da doença.
Também socorrista do Samu, mas em Bauru, Michele Dantas Marques foi homenageada na volta ao trabalho após 36 dias de isolamento por causa do coronavírus. De todos os sintomas, Michele disse que o pior foi ficar 1 mês sem ver o filho de 8 anos. Na volta ao trabalho, no dia 12 de maio, ela foi aplaudida pelos colegas.
Técnica de enfermagem é aplaudida ao voltar para trabalho depois de superar a Covid-19
Quem também recebeu os cuidados e o carinho dos colegas de trabalho na Santa Casa de Ibitinga foi a técnica de enfermagem Érica Maria de Oliveira Passere. Ela chegou a ficar 12 dias internada com Covid-19 no hospital onde trabalha há 10 anos.
Segundo a profissional, que foi a primeira funcionária da unidade a ser internada com a doença, ter os colegas por perto durante o período a ajudou no tratamento. Ao receber alta, ela também foi homenageada
Técnica de enfermagem curada da Covid-19 tem alta sob aplausos em Ibitinga
A comemoração de uma família de Lupércio foi pelas redes sociais. Os parentes de Iolando Daun, de 97 anos, criaram uma figurinha do Whats App para comemorar a alta dele da Santa Casa de Marília após vencer a Covid-19.
Antes de deixar o hospital, seu Iolando tirou fotos com a equipe de saúde. A figurinha foi compartilhada pelos parentes que ficaram emocionados com a superação dele.
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Idoso de 97 anos com Covid-19 recebe alta e ganha figurinha no WhatsApp (Lupércio) — Foto: Arquivo pessoal/Rafaela Daun
Super Chico
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Mãe de bebê com síndrome de Down que virou fenômeno na web festeja alta da UTI: ‘Chico venceu a Covid!’ — Foto: Reprodução/Facebook
Um pequeno herói que já venceu inúmeras batalhas desde que nasceu também precisou superar a Covid-19. O morador de Bauru, Francisco Guedes Bombini, de 4 anos, faz maior sucesso nas redes sociais onde é conhecido como Super Chico. O menino, que tem síndrome de Down, nasceu prematuro e precisou passar por sete cirurgias por causa de problemas renais, cardíacos e hipotireoidismo.
E julho desse ano, o Chico foi diagnosticado com Covid-19 e precisou ficar 18 dias internado, parte deles na UTI. Quanto recebeu alta foi homenageado pela equipe do hospital e a história de superação do pequeno herói foi contatada em uma reportagem do Fantástico.
No seu aniversário de 4 anos, comemorado em 6 de outubro, o Super Chico recebeu parabéns de vários artistas do país, entre eles o seu “xará” Chico Buarque.

Super Chico, menino de Bauru com Down que superou a Covid, ganha parabéns de famosos
Drive-thru nos corredores de shopping

Shopping adota drive-thru e libera carros nos corredores das lojas para retirada de compra
Um shopping de Botucatu inovou no sistema de drive-thru que passou a fazer parte da vida de muita gente durante a pandemia e foi adotado por muitos comerciantes para manter as vendas durante os períodos de maior restrição da quarentena.
No shopping, foi permitida a entrada dos carros nos corredores. A ideia inusitada chamou tanta atenção que virou notícia até fora do país, além de ser alvo de inúmeros memes na internet. A medida que foi questionada pelo Ministério Público, durou pouco dias e segundo o shopping tinha caráter experimental.
Abraço plastificado, comemoração online e festas drive-thru
Quem inovou também, mas dessa vez no abraço, o foi o João Vicente. O menino de 5 anos, que é morador de Jaú, se “embalou” em uma capa de chuva para poder abraçar a professora que não via há meses.
A ideia foi da mãe do menino para ajudar o filho com o desejo de ganhar um abraço da docente e, ainda assim, manter o garoto em segurança conforme as medidas de isolamento social necessárias para combater o avanço do coronavírus. O carinho do pequeno emocionou a professora e também todos os funcionários da escolinha em Jaú.
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João Vicente usou uma capa de chuva para abraçar a professora em Jaú — Foto: Mariana Peres / Arquivo pessoal
Para uma família de Maracaí o carinho veio pela tela da televisão. O casal Juvercino Corrêa Faria e Maria Aparecida Domingues Faria, de 93 e 88 anos, completou 70 anos de casados em maio e precisou fazer a tradicional celebração das bodas de uma forma diferente por causa da pandemia de coronavírus.
Já que eles não podiam fazer a missa e reunir a família, parentes tiveram a ideia de usar a tecnologia. A celebração das bodas de vinho foi virtual. Os familiares montaram o equipamento na sala da casa e conectaram o aplicativo da chamada de vídeo para aparecer na televisão.

Casal comemora bodas de 70 anos com festa virtual em Maracaí
Além das videochamadas, as comemorações no sistema drive-thru também passaram a fazer parte do “novo normal” estabelecido pela pandemia do coronavírus. Em Agudos, a família de uma gestante promoveu um chá de fraldas drive-thru.
Para evitar aglomerações, Camila Araújo Porcino de Melo recebeu os convidados em frente de casa, que passavam de carro, entregavam os presentes e recebiam uma lembrancinha. A ideia partiu da mãe de Camila, já que o chá de bebê é uma tradição na família e ela estava chateada por não poder realizar a festa para a filha Alicia Gabriele.
Já em Marília, um casal recorreu a Justiça para poder manter a cerimônia de casamento do jeito tradicional. Evelen Sylviane Camargo e Abdyel Tavares Brilhante obtiveram uma liminar, chamada de tutela cautelar antecedente, que garantiu que a cerimônia não fosse interrompida ou que os envolvidos recebessem qualquer tipo de notificação pela realização do evento. Os dois casaram no dia 20 de junho, em uma cerimônia que, segundo o advogado do casal, seguiu todos os protocolos de prevenção.
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Casal conseguiu autorização para realização da cerimônia em Marília — Foto: Arquivo pessoal
Todas essas mudanças na rotina com a pandemia foram retratadas de forma bem divertida pelo ilustrador Rafa Monti e o animador Rafael Maroubo, de Bauru, que criaram a personagem Dona Corona.
Uma vovó moderna e “espertinha” que foi criada pela dupla com a intenção de orientar as pessoas sobre o coronavírus de uma forma mais lúdica e divertida. Através de episódios curtinhos publicados no Instagram, a dona Ramona Corona dá dicas de prevenção ao coronavírus à comunidade em geral e reforça a importância de permanecer em casa durante a pandemia, principalmente para quem faz parte do grupo de risco.
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Objetivo da animação é reforçar importância de ficar em casa durante a pandemia (Bauru – Dona Ramona Corona) — Foto: Arquivo pessoal/Rafael Maroubo.
Fonte: G1