O uso humano da vacina, ou da medicina preventiva pela imunização, foi iniciado no século 18, quando o inglês Edward Jenner dedicou 20 anos de sua via ao estudo da varíola e criou o medicamento que transformou, em definitivo, o conceito da prevenção contra doenças.
Com a erradicação da varíola, as pesquisas por novos medicamentos imunizantes receberam grandes investimentos dos governos e dos laboratórios, transformando a medicina moderna que, até mesmo na luta contra os diversos tipos câncer, aposta na ativação da reação do próprio organismo para combater as mais graves doenças.
Aqueles que conviveram com as consequências e sequelas causadas pela poliomielite são testemunhas do elevado número de crianças e adultos, alguns ainda remanescentes daquela época, vivendo em cadeiras de rodas ou com limitações físicas graves.
Junto à erradicação da Pólio, as vacinas combatem dezenas de doenças como varíola, sarampo, tétano, coqueluche, rubéola, caxumba, febre amarela e hepatite, entre outras mais recentes, como o HIV e a Covid, provando que a medicina preventiva é mais eficiente e menos custosa, além de erradicar doenças virais e bacterianas, incluindo alguns tipos de câncer.
“…o Brasil está perdendo a condição de líder mundial em imunização e abrindo caminho para a volta de doenças…”
Não obstante à eficácia comprovada das vacinas, todas muito bem pesquisadas e testadas, só utilizadas com a certeza dos benefícios infinitamente superiores às reduzidas reações adversas, o Brasil está perdendo a condição de líder mundial em imunização e abrindo caminho para a volta de doenças preveníveis.
Junto ao relaxamento da população, que não mais sente os efeitos das doenças erradicadas, surgiram os chamados negacionistas, aqueles que em vez de acreditar na ciência e no estudo, preferem as opiniões errôneas como forma de balizar e difundir conceitos ideológicos.
Sob o comando de um presidente da república manifestamente negacionista, justamente no período de enfrentamento da maior pandemia da história mundial, a situação certamente foi agravada pelos embates ideológicos travados e que causaram influência negativa na população.
Hoje, o que assistimos é o combate diário feito às vacinas por leigos mal intencionados, a diminuição da procura pelos imunizantes e até a mudança da avalição internacional do país em relação à poliomielite que, de doença erradicada, passou a ser considerada como de risco de retorno de circulação do vírus, comprovando o atraso causado pelo retrocesso ideológico.
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