A milenar tradição católica, que tem a ressurreição de Cristo como passagem mais importante em valores e ensinamentos, cita também que o Salvador, aquele que redimiu os pecados dos homens e provou que a vida é eterna, foi crucificado entre dois ladrões, o “Dimas”, arrependido que virou santo, e “Simas”, que morreu em pecado.
Os três foram condenados à morte na cruz, considerados como criminosos de elevada periculosidade, provando que, historicamente, os julgamentos feitos pelos homens são eivados de erros grotescos, a ponto de levar à morte o próprio Filho de Deus e salvar o pecador.
Mais de dois mil anos depois, assistimos estarrecidos o triunfo do mal sobre o bem, com policiais e políticos encomendando e acobertando crimes, e o poder econômico obrigando a vítima repetir a dor e o sofrimento, enquanto o estuprador milionário compra sua liberdade por meio de fiança barata.
Nos dois casos recentes, o que se constata é que o homem é predador do próprio homem, o poder é corrompido, as leis são falhas e a punição pode ser aplicada erroneamente, de forma desproporcional, provando que o dinheiro prevalece até em casos extremos de agressão física, moral e psicológica.
“…os julgamentos feitos pelos homens são eivados de erros grotescos…”
Mais do que as falhas naturais atribuídas ao comportamento humano, estamos assistindo a vitória do mal sobre o bem, com bandidos travestidos de autoridades e criminosos se apropriando de cargos para criar o chamado Estado Paralelo, como forma de confundir até os valores éticos e morais da sociedade.
Afinal, o eleitor brasileiro prova a cada eleição a sua incapacidade de julgar as pessoas pelo que de fato são, e não pelo que representam, fazendo escolhas erradas ou simplesmente decidindo pela rejeição e não pela aceitação, criando assim novas lideranças corruptas que se consideram intocáveis e acima das leis.
Sem cultivar os valores da honestidade, do respeito, da responsabilidade, da tolerância e da humildade, aqueles que devem oferecer os melhores exemplos à sociedade servem como guias para os caminhos da improbidade, da desonra e da arrogância, sem o risco da crucificação.
Afinal, os poderes sempre dominados pelas elites política, intelectual e econômica, agora estão também à mercê de criminosos que se infiltram nas instituições ou financiam e corrompem aqueles que as representam, repetindo o calvário e a crucificação dos bons e garantindo a impunidade e a bonança aos maus.
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