O anúncio feito pela Prefeitura de Palmital de lançamento do excelente programa Frente de Trabalho, que cria 400 vagas para atuação de desempregados nos serviços básicos do município, pode revelar um sintoma da crise existente no setor do trabalho formal.
Ao mesmo tempo que o serviço público municipal cria mecanismos para ocupar, remunerar e, dentro do possível, qualificar trabalhadores por meio de cursos profissionalizantes, um grande número de vagas abertas na iniciativa privada, que exigem o mínimo de capacitação, não são preenchidas porque candidatos não atendem aos requisitos básicos.
Diante do grande número de brasileiros com baixa escolaridade, praticamente nenhuma qualificação profissional e sequer o domínio pleno da leitura e da escrita, os programas de complementação de renda se tornam necessários para oferecer o mínimo de dignidade às famílias mais necessitadas.
Entretanto, a cultura de apenas receber os benefícios, sem oferecer qualquer contrapartida quanto à melhoria da escolarização e de participação em cursos profissionalizantes, torna uma grande parcela da população em dependentes das “bolsas” já transformadas em bandeiras políticas dos partidos de esquerda e da direita.
“…maioria em estado de pobreza e a minoria em situação de bem estar social e econômico…”
Assim como as pessoas mais carentes se tornam escravas ou viciadas em ajuda social, seja financeira ou material, também os políticos se tornam complacentes com o quadro de pobreza e de pouca escolaridade de grande parte da população que pode ser tutelada por meio dos benefícios públicos e particulares.
A normalização da situação de absoluto desequilíbrio social, que mantém a maioria em estado de pobreza e a minoria em situação de bem estar social e econômico, serve para aprofundar o abismo existente entre as diversas classes econômicas que compõem a população.
A manutenção de grande parcela da população em situação de pobreza ou de miserabilidade, sem qualificação profissional ou de formação escolar mínima, faz com que a situação social e econômica do povo seja mantida e reproduzida, uma vez que filhos de pobres quase sempre têm o mesmo destino dos pais.
Para reverter a situação social incômoda que marginaliza grande número de brasileiros é preciso fazer a chamada promoção social inclusiva com medidas concretas de promoção humana, como a melhoria das condições de saúde, de moradia, escolaridade e capacitação profissional daqueles em estado de vulnerabilidade.
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